As propostas do governo brasileiro para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, baseiam-se em modelos de desenvolvimento global em favor da economia verde, da erradicação da pobreza e da adoção de práticas sustentáveis. O texto trata de 25 temas, como criação de programas de proteção socioambiental global, desenvolvimento sustentável, compras públicas sustentáveis, financiamento de estudos e pesquisas para o desenvolvimento sustentável e um protocolo internacional para a sustentabilidade do setor financeiro.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o texto foi enviado hoje (1º) ao secretariado da conferência na Organização das Nações Unidas (ONU) e fará parte do documento-base para as negociações que vão ocorrer antes da Rio+20, marcada para junho de 2012.
“O documento tem uma visão crítica sobre o desenvolvimento sustentável, mostrando onde estão os problemas e gargalos e mostra as propostas concretas em torno de temas que vão da pobreza ao desenvolvimento sustentável inclusivo, a economia verde inclusiva. É economia com inclusão social e sustentabilidade”, explicou.
Ela disse ainda que o Brasil vai mostrar na conferência experiências exitosas de desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza. “Ao propor o programa de proteção socioambeinetal global, estamos considerando experiencias brasileiras como o Bolsa Família, o Luz para Todos, que dá acesso à energia [elétrica], considerado uma das experiências mais exitosas avaliadas pelas Nações Unidas. Também estamos falando do Bolsa Verde, do Brasil sem Miséria”.
Outro ponto destacado pela ministra é o financiamento do desenvolvimento sustentável. “É importante que a gente possa avançar nos financiamentos para o desenvolvimento sustentável, não só no setor público, mas no privado também. Os bancos públicos e privados têm um papel estratégico no financiamento do desenvolvimento sustentável.”
A ministra disse ainda que o Brasil vai propor maior participação da sociedade civil organizada na Rio+20. “O modelo sugerido pelo Brasil para a conferência vai permitir um diálogo entre a sociedade civil e o setor privado por meio de temas estratégicos como a questão da segurança energética, segurança hídrica , inovação tecnológica, ou do uso da biodiversidade.”
Para a ministra, a conferência sobre desenvolvimento sustentável poderá ajudar, indiretamente, o debate relacionado às mudanças climáticas. “Na hora que o Brasil propõe discutir energia com inovação tecnológica, segurança energética com inovação tecnológica, está influenciamento novos caminhos para as discussões sobre o clima.”