O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, conseguiu hoje (8) aprovar as contas públicas, em um voto de confiança da Câmara Federal que ajuda a definir seu futuro político à frente da chefia de governo. O texto foi aprovado por 308 votos favoráveis, apesar de a oposição ter promovido um movimento integral de abstenção. As informações são da Câmara Federal italiana. A proposta foi aprovada pelo Senado.
Caso a proposta fosse rejeitada, analistas italianos apontavam como certa a queda de Berlusconi. A aprovação da proposta orçamentária tem relação direta com a necessidade de o governo da Itália adotar medidas internas de contenção de despesas e austeridade nos gastos.
Apesar de ter um déficit público relativamente baixo, de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB), a Itália preocupa os investidores, com uma combinação de baixo índice de crescimento e uma dívida de 1,9 trilhão de euros.
Desde ontem (7), o clima de incerteza predomina na zona do euro, sendo que, agora, a Itália é o país que mais desperta preocupações, tendo sido precedida pela Grécia. O fundador do Movimento da Liga Norte da Itália, Umberto Bossi, um dos principais aliados do primeiro-ministro italiano, chegou a pedir a renúncia do amigo. A Liga do Norte é um dos partidos da coalizão de governo de Berlusconi.
Os ministros das Finanças dos 27 países da União Europeia vão se reunir ainda hoje para discutir o problema. No fim do mês passado, líderes europeus haviam concordado, em princípio, a elevar o montante do Fundo Europeu de Investimento dos atuais 440 bilhões de euros para 1 trilhão de euros para ajudar a conter os problemas com as dívidas dos países em dificuldades, incluindo a Itália e a Espanha.