O chefe da Coordenadoria de Segurança Operacional da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Raphael Moura, disse hoje (30) que os índices de segurança referentes à extração de petróleo no país são os maiores do mundo. Ele destacou que o acidente com o vazamento de óleo no Campo de Frade (RJ), na Bacia de Campos, está sendo minuciosamente acompanhado pela ANP.

Raphael explicou que, além da multa de R$ 50 milhões já aplicada à petrolífera Chevron, outras punições à empresa poderão ser adotadas. “Será feita uma investigação minuciosa pela ANP sobre as causas do acidente. As medidas podem gerar notificações, multas, medidas cautelares, como a interrupção de atividades e penalidades contratuais que vão de multa à rescisão do contrato de concessão”, disse ao participar de audiência pública na Câmara.

O superintendente do Meio Ambiente da Chevron, Luiz Pimenta, reconhece a responsabilidade da empresa no vazamento e disse que o trabalho agora é para cimentar a estrutura e evitar novos vazamentos. “Em quatro dias, o problema na estrutura foi solucionado. A fonte foi contida”, disse. “Estamos com um plano de cimentação, discutido com a ANP, para garantir que não haverá mais nenhum problema com esse poço. Além do monitoramento das condições”, completou. Ele acrescentou que em nenhum momento foi usado dispersante químico para evitar que a mancha se espalhasse no mar.

O coordenador-geral de Emergências Ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), João Raposo, disse que o órgão poderá rever as diretrizes para esse tipo de exploração. “Foi um vazamento atípico”, destacou.

O vazamento na Bacia de Campos foi identificado no início do mês. Em seguida, autoridades brasileiras começaram a investigar as causas do acidente.