O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu hoje (11) que a comunidade internacional busque “os caminhos do diálogo e da diplomacia” na tentativa de evitar embates e a adoção de sanções ao Irã. Patriota disse ainda que é “muito prematuro” analisar as hipóteses de reações militares envolvendo o Irã e os Estados Unidos. Mas advertiu que o assunto deve ser tratado no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).
“O objetivo que nós perseguimos é o de promover confiança e reduzir tensões. Contribuir para o encaminhamento de questões difíceis e complexas [sejam solucionadas]”, disse o chanceler. “Consideramos que o diálogo e a diplomação são os melhores caminhos para construir a confiança e avançar.”
O Irã se transformou novamente em alvo de novas suspeitas de produção de armas nucleares, depois que parte de um relatório da Agência Internacional de Energia Nuclear (Aiea) vazou. O documento indicava que o programa nuclear iraniano não tem fins pacíficos. A informação foi desmentida pelas autoridades iranianas.
Os Estados Unidos lideram um movimento de reação ao Irã. O assunto é discutido em duas frentes: a ação militar e a adoção de mais medidas restritivas no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ambas as medidas foram respondidas pelo governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que promete reagir com intensidade.
Em visita a Brasília ontem (10), o chefe da delegação parlamentar iraniana, deputado Mohammad Mehid, disse à Agência Brasil que haverá “respostas fortes” . “Vamos proteger o nosso país. Acreditamos que os inimigos [do Irã] sabem da nossa força e capacidade militar. As ações contra o Irã terão respostas fortes”, disse o deputado.
No próximo dia 17, a Aiea fará a divulgação oficial do relatório. Patriota disse que o governo brasileiro aguardará esse anúncio para analisar o documento em detalhes. “Como não há proposta alguma no conselho seria prematuro nos posicionar sobre o assunto”, disse.
Em maio de 2010, os governos do Brasil e da Turquia negociaram um acordo que determinava a troca de urânio levemente enriquecido pelo produto enriquecido a um percentual mais elevado. As negociações foram conduzidas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, a proposta foi rechaçada pela comunidade internacional.
No ano passado, o Conselho de Segurança aprovou várias sanções ao Irã. As limitações envolvem os setores econômico, comercial, bancário e militar.