As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas apresentaram estabilidade quanto ao faturamento real (+ 0,1%) em setembro/2011 sobre setembro/2010. Apesar dessa estabilidade, no caso da indústria as MPEs registraram, pelo quarto mês consecutivo, queda de receita (-2,5%), em comparação ao mesmo período no ano passado. Os efeitos dos aumentos dos juros básicos, ocorridos no 1º semestre de 2011 e a concorrência com produtos importados em alguns segmentos, contribuíram para a queda na receita.
O setor de serviços apresentou pequena retração (-0,6%), interrompendo uma trajetória de crescimento contínuo desde outubro de 2009. O desempenho negativo registrado está relacionado ao fato de que o setor apresentou crescimento muito expressivo no ano passado. “Setembro de 2010 foi muito favorável para as MPEs. No comparativo com o mesmo período de 2009 as MPEs de serviços cresceram 25,4%. Desta forma, a base de comparação forte influenciou a queda de faturamento registrada em setembro deste ano”, destaca Pedro João Gonçalves, consultor do Sebrae-SP, responsável pela pesquisa. “As previsões dos analistas de mercado indicam que a economia brasileira tende a apresentar menor ritmo de crescimento nos próximos meses e em 2012. Nesse quadro, o setor de serviços deverá ser o segmento que mais vai crescer nos próximos anos. Enquanto o consumo interno estiver elevado, a partir da manutenção do poder de compra da população, este setor deverá ficar aquecido”, observa o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
O comércio, beneficiado pelo bom desempenho do consumo no mercado interno, teve crescimento de faturamento de 1,9% sobre setembro de 2010. No comparativo com agosto de 2011, setembro apresentou queda de 9,6%, o que está relacionado ao menor número de dias úteis em setembro de 2011. Na variação mês a mês, em setembro de 2011 o faturamento médio das MPEs em SP teve queda de 6,5% com relação ao desempenho de agosto de 2011. A queda na receita era esperada já que setembro/2011 teve dois dias úteis a menos que agosto/2011. As expectativas dos empresários paulistas, a curto prazo, seguem cautelosas. De acordo com o estudo, os empreendedores projetam estabilidade para o faturamento nos próximos seis meses, sendo que 48% acreditam em manutenção da receita da empresa.
Com estes resultados, a receita total das MPEs paulistas durante o mês de setembro foi de R$ 26,9 bilhões, R$ 1,86 bilhões a menos que o mês de agosto de 2011 e R$ 31,6 milhões a menos que setembro de 2010.
Atualmente, as MPEs respondem por 20% do PIB brasileiro, 67% das ocupações e por 99% de todas as empresas constituídas em São Paulo.
A pesquisa de conjuntura Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente pelo Sebrae-SP, com apoio da Fundação Seade.