A prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou hoje (23) na Rocinha, zona sul da cidade, o primeiro dos 20 polos de atendimento específico para casos suspeitos de dengue. Além da unidade na Rocinha, mais 19 polos foram abertos ao público na capital fluminense. Foi anunciada ainda a implantação de mais dez unidades até o início de 2012, que funcionarão 24 horas por dia.
O governo municipal espera triplicar o atendimento à população em relação ao ano passado, com a ampliação das unidades básicas de saúde.
Ocupando uma sala de aproximadamente 30 metros quadrados, o polo da Rocinha fica na Clínica da Família Maria do Socorro Silva e Souza e conta com uma equipe formada por cinco profissionais de saúde. Na comunidade, segundo a prefeitura, somente neste ano foram registrados cerca de 2 mil casos de dengue, sem registro de mortes em decorrência da doença.
O secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, disse que a prefeitura está fazendo sua parte, dando suporte ao combate ao Aedes aegypti, mas alertou, no entanto, que é preciso ter atenção com os focos do mosquito. Segundo Dohmann, 82% dos focos estão localizados em propriedades particulares, e 66% dos casos registrados na cidade foram identificados dentro de residências. O secretário reiterou que há a possibilidade de o Rio enfrentar a pior epidemia de dengue da sua história.
“Essa continua sendo a previsão. A doença normalmente aparece em picos de dois anos, em que o segundo é maior do que o primeiro. No último verão, a gente teve o primeiro pico, que já foi bastante significativo. Então há de se esperar neste verão um número de casos ainda maior do que o que nós tivemos no ano passado. Além disso, há perspectiva da entrada do vírus [tipo] 4 na cidade”, ressaltou.
Há 15 dias com os sintomas da dengue, a gerente de produção Maria Alice Paes, moradora da Rocinha há 20 anos, foi a primeira paciente a buscar atendimento no polo. Ela avaliou de forma positiva a abertura da unidade e pediu mais consciência à população. “A medida a ser tomada é a conscientização do povo. Eles [os governantes] estão procurando fazer a parte deles, mas nós temos que ajudar também, deixar caixas d’água fechadas, não deixar garrafas viradas [com a abertura para cima], essas coisas que vemos na televisão”, alertou a moradora.