A Junta Militar que governa o Egito há quase um ano suspendeu parte do estado de emergência que vigora no país há 45 anos. A partir de hoje (25), várias das restrições impostas aos civis pelo estado de emergência deixarão de vigorar. A decisão foi anunciada ontem pelo chefe da Junta Miliar, o marechal Mohamed Hussein Tastawi. Adeclaração foi transmitida pelas emissoras de televisão.
No entanto, Tastawi disse que a lei marcial continuará a ser aplicada às “gangues”, sem dar mais detalhes. As leis que regulam o estado de emergência vigoraram no país há 45 anos. De acordo com especialistas, inicialmente, as medidas de restrições foram adotadas para inibir as ações da organização Irmandade Muçulmana, que retomou espaço político.
A Irmandade Muçulmana retormou o espaço político após a saída do ex-presidente Hosni Mubarak do poder, em 11 de fevereiro do ano passado, quando foi pressionado a renunciar depois de uma série de protestos internos e de cobranças da comunidade internacional. A organização conseguiu a maioria das cadeiras do Parlamento nas primeiras eleições depois da queda do regime.
A Junta Militar, porém, é alvo de críticas de vários grupos egípcios. Em menos de um ano houve protestos no país contra o governo provisório. Os manifestantes dizem que os militares mantêm várias medidas que eram adotadas por Mubarak e acusam o atual sistema de inibir as ações democráticas.