O novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano, admitiu ontem (3) que os preços dos alimentos deverão continuar voláteis em um futuro próximo.
Em sua primeira entrevista coletiva desde que tomou posse no domingo (1º), Graziano disse que não há previsão de que os preços aumentem, como ocorreu nos últimos anos, nem que diminuam, como em 2009. “Haverá reduções, mas não tão drásticas. Mas a volatilidade vai continuar, isso é claro”, acrescentou o diretor em Roma.
Ele lembrou que os baixos estoques alimentícios criam condições para a especulação. “Se não conseguirmos aumentar a produção no próximo ano e em 2013, continuaremos com baixos estoques e isso será a base da especulação e vai piorar ainda mais a situação”.
Quando publicou o seu mais recente índice sobre os preços dos alimentos, em novembro, a FAO tinha alertado que a volatilidade dos preços põe em risco a segurança alimentar mundial. A agência estimou que os preços deverão se manter elevados em 2012 e que o custo dos alimentos aumentaria em mais de um terço ao longo de 2011 nos países mais pobres.
Os elevados preços dos alimentos são vistos como uma das causas da fome no Sul da Somália e das revoltas no Norte de África, no ano passado.