O ator Reynaldo Gianecchini, de 39 anos, vai se submeter a um autotransplante de medula óssea hoje no Hospital Sírio-Libanês. Em agosto do ano passado, ele foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin de células T, um tipo mais raro de câncer que atinge os linfonodos (sistema de defesa do organismo).

Gianecchini vai fazer um transplante autólogo – ou seja, ele não precisou de doador e vai usar suas próprias células-tronco no procedimento. Suas células foram coletadas anteriormente e as células-tronco foram separadas e mantidas congeladas, para agora serem reinfundidas.

Para se preparar para o transplante, o ator foi internado na semana passada e recebeu várias sessões de quimioterapia. Esse procedimento é necessário para matar todo o sistema imunológico do paciente – eliminando possíveis células cancerígenas que ainda existam – e deixá-lo pronto para receber as novas células.

Como é feito. O transplante dura pouco mais de duas horas: o paciente recebe as células-tronco por meio de um cateter, como se estivesse recebendo uma transfusão de sangue. A expectativa é de que após 15 dias essas células passem a produzir novas células do sangue – é a fase crucial, chamada de “pega” da medula.

Como nesse período o paciente está com o corpo sem imunidade, ele precisa ficar internado em uma ala de isolamento por pelo menos 15 dias – o contato com qualquer vírus ou bactéria pode causar infecções, já que o organismo está mais suscetível.

O procedimento será feito pelos hematologistas Yana Novis, responsável pela oncologia, e Vanderson Rocha, responsável pelo setor de Transplante de Medula Óssea do Sírio-Libanês.

Gianecchini foi diagnosticado com linfoma em agosto, depois de ser internado para se submeter a cirurgia de hérnia inguinal e ter reação alérgica e faringite. Surgiram gânglios na virilha e na região do pescoço, que não desapareceram com medicamentos – o que levantou a suspeita de outro problema mais sério.

Na época, ele confirmou a doença por meio de um comunicado oficial e afirmou estar otimista. “Estou pronto para a luta e conto com o carinho e o amor de todos vocês”, afirmou.

O ator chegou a adiar o início da quimioterapia por causa de uma intercorrência: teve um sangramento durante a implantação do cateter venoso – tipo de tubo flexível implantado no paciente para preservar as veias e facilitar a aplicação da químio.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima o surgimento de 9,1 mil novos casos de linfoma não Hodgkin por ano: 4,9 mil em homens e 4,2 mil em mulheres.