Desde o dia 11 de julho do ano passado, o albergue de Dracena é administrado pela Associação Assistencial Boas Novas (AABN) e tem atendido 83 pessoas em média, oferecendo abrigo temporário à população. O espaço acolhe moradores de rua, pessoas de passagem pela cidade que não têm condições de pagar um hotel ou outros que vem fazer tratamento no Caps (Centro de Atenção Psicossocial), segundo informou o presidente da AABN, Valmir Martins.

Os albergados recebem café da manhã (pão e café) e jantar (sopa), toalha, sabonete e uma peça de roupa para o banho, além do local para dormir (no máximo três pernoites). Casos especiais são avaliados pela diretoria e há um regulamento interno a seguir.

Martins comentou que há um trabalho diferenciado com os moradores de rua, desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, ajudando-os a voltar para família, encaminhando-os para tratamento da dependência química (maioria usuários de crack) ou indicando-os para o trabalho.

A oportunidade de reintegração social através do albergue também já tem seus resultados positivos. Valmir Martins destacou que duas pessoas foram encaminhadas para tratamento de seis meses em Adamantina e em Três Lagoas-MS, e outras duas para desintoxicação nos hospitais São João e Bezerra de Menezes em Presidente Prudente.

Além disso, a diretoria comemora a mudança de vida de outros dois atendidos, Alan e Ricardo, que hoje moram em suas próprias casas e trabalham na cidade. “É uma satisfação para nós, ver que já conseguimos ajudar as pessoas. Inclusive, organizamos o casamento de dois ex-moradores de rua que hoje, prestam serviços no albergue como voluntários. Confesso que fiquei surpreso com o apoio ao projeto, pela Câmara, os vereadores, o prefeito e a Secretaria de Assistência Social”, frisou o presidente da AABN.

BOAS NOVAS – A associação existe há 42 anos, como um trabalho social da Igreja Batista Boas Novas. Por um projeto aprovado pela Câmara de Dracena, a associação tornou-se pessoa jurídica e passou a administrar o albergue municipal, prestando atendimento a moradores de rua e pessoas que necessitam pernoitar na cidade, sem condições de custear o alojamento.

O pastor Valmir Martins também informou que a associação desenvolve terapia de grupo com dependentes químicos e atividades esportivas para os albergados ou não, independente da crença.

ALBERGUE – O horário de funcionamento é das 18 às 22h, com café da manhã às 7h e encerramento das atividades às 8h. Valmir explicou que a partir das 22h, as pessoas que precisarem do albergue devem procurar o 1º Distrito Policial, que fica em frente. O policial de plantão comunica um funcionário para abrir o albergue.

A casa foi toda reformada e possui 21 leitos ao todo, são dois dormitórios com sete camas cada e um dormitório feminino com sete camas. A ideia é dobrar o número de leitos com beliches, para isso, a associação busca o apoio de deputados, vereadores e do poder público.

REGULAMENTO – Aos albergados é proibido usar qualquer tipo de drogas e ficar sem camisa, deve-se permitir a revista na bagagem, pesquisa de ficha na delegacia, tomar banho, fazer silêncio noturno e participar da oração e estudo bíblico antes do café. Também deverão manter o banheiro limpo e a cama arrumada.