A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou hoje (3) o fim do estado de fome severa na Somália, na África. A entidade informou que as colheitas e a ajuda humanitária contribuíram para melhorar a situação na região. Porém há, ainda, 2,3 milhões de pessoas que precisam de ajuda urgente. “[Mas] a crise não acabou”, alertou o novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano, durante uma conferência em Nairobi.
“Os resultados são frágeis e regredirão, se o apoio não continuar”, disse o coordenador de Assuntos Humanitários das Nações Unidas para a Somália, Mark Bowden. “Milhões de pessoas continuam precisando de comida, água limpa, abrigo.”
O último relatório da Unidade de Nutrição e Segurança Alimentar na Somália informa que o número de pessoas em situação de emergência humanitária caiu de 4 milhões para 2,3 milhões – o que representa 31% da população da Somália.
O estado de fome severa, declarado pela ONU, atingia seis regiões da Somália e envolvia 750 mil pessoas com risco de morrer devido à falta de alimentos. Pelos critérios das Nações Unidas, a fome severa é decretada em uma área na qual 20% da população sofrem com a falta de alimentos e 30% são vítimas de má nutrição e a taxa de mortalidade é de mais de duas pessoas em cada 10 mil por dia.