Ao escolher os 11 jogadores que entrarão em campo nesta terça-feira, 28, contra a Bósnia-Herzegóvina, em amistoso na Suíça, o técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, inaugura uma nova fase de seu trabalho, marcada pela maior pressão por resultados. A menos de seis meses da Olimpíada de Londres e a dois anos e meio da Copa de 2014, o treinador precisa começar a definir o grupo com o qual vai encarar os dois desafios, apontando o caminho das vitórias para uma equipe que ainda não convenceu.

Se as incertezas ainda são muitas, duas referências técnicas do time parecem definidas: Neymar e Ronaldinho. Ganso, em alta no Santos e antes uma referência para Mano na seleção, vai ficar na reserva.

Ontem, em sua única entrevista antes do treino realizado a zero grau na arena AFG, em St. Gallen, na Suíça, Mano reconheceu que a seleção agora caminha contra o tempo. “Mas não adianta reclamar. A seleção sempre passou por isso”, ponderou. Segundo ele, a “modificação radical” do grupo em relação à equipe que foi à África do Sul fez com o rendimento inicial fosse prejudicado. Por isso a preocupação em aproveitar todos os momentos, como o jogo de hoje contra a Bósnia. “Quando estivermos reunidos, como estaremos nos Estados Unidos na metade do ano, teremos de saber tirar proveito desses momentos raros.”

Sobre a missão de montar dois times, um com apenas três jogadores com mais de 23 anos, para a Olimpíada, e outro com força máxima para a Copa, Mano não lamentou, pelo contrário. Para ele, um será derivado do outro. “A seleção que vai disputar a Olimpíada vai ser formada por um número bastante grande de jogadores que vai estar na Copa de 2014. Por isso é uma parte importante da programação”, disse ele, sem ignorar a pressão. “Tenho ouvido que a Olimpíada pode significar um desgaste para o técnico. Mas decidi encarar essa responsabilidade, porque acho que é uma parte importante da preparação para 2014. Uma é a sequência da outra.”

Pressão. De forma discreta, o diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez, colocou Mano na obrigação de apresentar um time consistente e obter resultados. Falando aos jornalistas na tarde de ontem, na concentração da equipe, no Hotel Säntispark, o ex-presidente do Corinthians deixou claro que a pressão tende a aumentar.

Perguntado pelo Estado sobre qual seria a sua avaliação sobre o estágio atual da seleção, Sanchez desconversou: “Tem de perguntar para o Mano”.

Mas a seguir cobrou definições, garantindo que a fase de experiências chegou ao fim. “Temos de começar a montar o time mais forte possível”, disse. “Já temos a base, Mano sabe disso, era essa programação da CBF. O planejamento era ter um ano, um ano e pouco para fazer todos os testes. Agora é começar a jogar com o time que ele achar que é o melhor.”

BÓSNIA X BRASIL

Bósnia: Begovic; Mujdza, Jahic, Spahic e Papac; Rahimic, Misimovic, Medunjanin e Alispahic; Dzeko e Ibisevic – Técnico: Safet Susic

Brasil: Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Sandro, Fernandinho, Hernanes e Ronaldinho Gaúcho; Neymar e Leandro Damião – Técnico: Mano Menezes

Juiz: não divulgado

Local: Arena AFG, em St. Gallen (Suíça)

Horário: 16 horas

Transmissão: Rádio ‘Estadão ESPN’, Globo e SporTV