Demorou um pouco mais de uma hora para acontecer, mas quando Thomaz Bellucci e a torcida paulista entraram em sincronia no Ibirapuera, o resultado foi algo que não se via no Brasil desde a Era Guga. 

Os 7.300 espectadores fizeram ‘ola’, gritaram de pé e criaram um clima ensurdecedor. No saibro, o número 1 do país correspondeu vibrando e virando o jogo contra o argentino Leonardo Mayer, 80º do ranking. Com a vitória por 3/6, 6/2 e 7/5, o tenista da casa conquistou uma vaga nas semifinais do Brasil Open.

Além de fazer a festa da torcida paulista que compareceu em número recorde (a marca anterior do torneio, estabelecida um dia antes, era de 6.700 espectadores), Bellucci, ainda emocionado com o apoio, pegou o microfone e, em um raro gesto, discursou para os fãs que festejavam no Ibirapuera.

“Não consigo nem falar direito, mas vou tentar expressar o que senti nessa quadra aqui. Nunca senti uma energia tão positiva assim jogando no Brasil. É muito especial esse sentimento. Se não fossem vocês, eu não teria ganhado hoje. Amanhã tem mais. Espero que todo mundo compareça e a gente consiga, todo mundo junto, levar o Brasil para a final”, disse o tenista. 

Ao derrotar Mayer, Bellucci quebrou uma sequência amarga, já que não vencia dois jogos seguidos no circuito mundial desde junho do ano passado. Ele agora jogará contra o italiano Filippo Volandri (69) por uma vaga na decisão do Brasil Open.

O público gritou, aplaudiu de pé, e fez ainda mais festa quando o queridinho local abriu 5/2 na sequência. No intervalo, antes do oitavo game, uma ola formou-se pela primeira vez nos cinco dias de torneio. O clima ajudou Bellucci, que foi impecável até o fim do set, acertando mais excelentes devoluções e quebrando Mayer no oitavo game para fazer 6/2.