Começaram hoje (13) e será intensificada amanhã, Dia internacional de Luta contra as Barragens, uma série de manifestações promovidas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em diversos estados. Entre as reivindicações, o MAB pede a criação de uma política específica para a área, alegando não haver, no país, órgão responsável ou política pública para pessoas que tenham sido prejudicadas pela construção de barragens no país.
Centenas de manifestantes do MAB fizeram protestos na manhã de hoje (13) em frente à sede da Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), em Brasília, acompanhados de militantes do Movimento dos Sem Terra (MST).
“Estamos lutando pelo direito de indenização, saúde, moradia e terra”, disse o coordenador do movimento, Agenor Costa. O MAB denuncia que a dívida do Estado brasileiro com os atingidos por barragens não foi paga e, por isso, cobra uma resposta do governo. Segundo a entidade há, nos últimos 30 anos, mais de um milhão de pessoas que tiveram as vidas transformadas devido à construção de barragens.
De acordo com a entidade, 70% dos atingidos não receberam qualquer tipo de compensação e, por isso, pede a criação, com aporte de recursos, de um órgão voltado especificamente para efetivar os direitos dos atingidos por barragens.
Para a integrante da Coordenação Nacional do MAB, Joceli Andrioli, o Estado planeja hidrelétricas, concede as licenças ambientais, libera financiamentos públicos para construir as obras, “sem dispor sequer de uma política de tratamento às populações atingidas”.
Dentro das ações previstas para a Jornada Nacional de Lutas do MAB está um ato político programado para amanhã (14), na Câmara dos Deputados. Os manifestantes denunciarão, a parlamentares, supostas violações de direitos praticadas pelas empresas do setor energético.
A Eletronorte informou à Agência Brasil que recebeu a pauta de reivindicações do movimentos. Ela será analisada e discutida em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME) e com outras empresas do setor. O MME foi contatado ao longo do dia, pela Agência Brasil, mas não quis comentar a manifestação de hoje.