A família de Grazielly Lames, 3, atingida na cabeça por um jet ski desgovernado na praia de Guaratuba, em Bertioga (107 km de São Paulo), no último dia 18 de fevereiro, vai pedir indenização de R$ 5 milhões pela morte da menina. O equipamento era dirigido por um menor de 13 anos, que, após o acidente, fugiu do local sem prestar socorro, com a ajuda de adultos.

A informação é do advogado José Beraldo, que representa a família e demonstrou insatisfação com o resultado do inquérito apresentado na tarde desta quinta-feira (29), em Santos (74 km de São Paulo), que indiciou quatro pessoas como responsáveis diretas pelo acidente. “Foi uma decisão teratológica, uma monstruosidade jurídica”, disse ele.

De acordo com o inquérito, presidido pelo delegado Rony da Silva Oliveira, da Delegacia Seccional de Santos, foram indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção) o dono do jet ski, José Augusto Cardoso; o caseiro Erivaldo Francisco de Moura, conhecido como “Chapolin”; e dois mecânicos que fizeram a revisão do aparelho dois dias antes do acidente: Tiago Veloso Lins e Ailton Bispo de Oliveira.

Para o advogado da família, todos os que estavam na casa de praia no dia do acidente deveriam ser indiciados por dolo eventual (quando há consciência dos riscos que a ação pode produzir). “As autoridades não podem ser frouxas, as leis estão aí e devem ser aplicadas no seu rigor”, disse ao UOL.

O valor de R$ 5 milhões, segundo Beraldo, foi estimado com base na vida que Grazielly poderia ter tido, na dor “abissal” vivida pela família, na comoção que o caso provocou em todos os segmentos sociais e no poder aquisitivo dos padrinhos e pais do adolescente que dirigia o jet ski.

O caso
Grazielly Almeida Lames, que visitava o mar pela primeira vez, brincava com a mãe na área rasa da praia quando o jet ski a atingiu na cabeça. Ela foi levada de helicóptero ao Hospital Municipal de Bertioga, com traumatismo craniano, mas chegou já morta. O adolescente suspeito de dirigir o jet ski fugiu do local sem prestar socorro.