Depois de enfrentar um período conturbado na carreira após a séria cirurgia no joelho, o meia Paulo Henrique Ganso enfim reencontrou a sua boa fase. Neste domingo, o jogador deu mais uma prova disso. Ganso não sentiu nem um pouco o peso do clássico contra o Corinthians, foi dono absoluto do meio de campo e acabou coroando a atuação com uma primorosa assistência para o único gol do jogo, marcado por Ibson.

Os números comprovam a boa fase. No clássico, Ganso apareceu demais para o jogo, ficou 1min49s com a bola nos pés e acabou como o segundo santista com mais posse, atrás apenas do outro astro do time, Neymar (2 minutos). O meia ainda cuidou muito bem da bola e a perdeu em apenas cinco lances.

Mais do que isso, porém, Ganso foi o verdadeiro dono do meio de campo. Ele acertou nada menos do que 52 passes e errou apenas seis. Além disso, o armador deu três lançamentos certos e erro apenas um. Paulo Henrique foi bem até na marcação e conseguiu desarmar os rivais em duas oportunidades.

Atuação que fez Ganso ganhar elogios. “O que está ajudando ele a melhorar é o que ele está fazendo sem a bola. Claro que nem eu, nem o Mano (Menezes) queremos transformar ele em um marcador, mas ele melhorou muito sem a bola no pé. No jogo contra a Bósnia, por exemplo, pra mim ele mudou o jogo e hoje foi muito bem de novo”, disse Muricy Ramalho.

“Mas ele foi bem também porque estamos dando liberdade para ele buscar a bola atrás do Ibson e do Arouca. Com a qualidade que ele, tem isso é necessário. Só que ele sabe que tem que chegar à frente também, e está chegando”, completou o técnico.

E Muricy tem razão. Apesar de Ganso ter ido bem também na marcação, o trabalho sujo acabou ficando mais com outros jogadores. E quem se destacou foi surpreendentemente o lateral-esquerdo Juan. Criticado pelas falhas defensivas, ele acabou sendo quem mais desarmou os rivais: cinco vezes. No meio, Arouca (dois desarmes e 53 passes certos) e Henrique (três roubadas de bola) também ajudaram Paulo Henrique a ter liberdade.

Tímido, mas participativo – Neymar não teve o melhor de seus dias, mas também ficou muito longe de se esconder para o jogo. O atacante foi o que mais ficou com a bola nos pés, mas acabou pecando na hora decisiva das jogadas.

O astro santista até foi bem nos passes (35 certos e só três errados), mas perdeu muito a bola: 13 vezes no total. Como de costume, Neymar partiu para cima da marcação, mas acabou errando mais do que acertando nos dribles: três erros e dois acertos. Nas finalizações, o atacante até deu trabalho para Júlio César uma vez, mas chutou outras três bolas para fora do gol.