A União Europeia afirmou, nesta segunda-feira (5), que concorda com as análises dos observadores internacionais sobre as eleições presidenciais russas e pediu para Moscou “solucionar” os problemas detectados.
A porta-voz comunitária de Relações Exteriores, Maja Kocijancic, em uma primeira reação a vitória de Vladimir Putin, assegurou que “em termos gerais” a UE concorda com a opinião das missões da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o conselho da Europa.
Kocijancic afirmou que a UE trabalhará com as novas autoridades russas e pedirá que continuem com as reformas e solucionem os problemas detectados no processo eleitoral.
Em comunicado, a OSCE afirmou que não havia uma competição real e o abuso de recursos do governo asseguraram que o vencedor final das eleições nunca fosse uma dúvida. “Os candidatos na eleição presidencial russa puderam fazer campanha sem obstáculos, mas as condições estiveram claramente enviesadas a favor de um candidato, o primeiro-ministro Vladimir Putin”, acrescentam os monitores.
Para a OSCE, faltou um árbrito independente nas eleições russas. Os monitores também pediram para o governo investigar as supostas violações eleitorais na votação.
Vitória de Putin
O atual primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, vai suceder Dmitri Medvedev na presidência do país. Com 99,3% das urnas apuradas, Putin obteve 63,4% dos votos totais – quase 45 milhões. Grupos de oposição afirmam que o pleito, realizado no domingo (4), foi marcado por fraudes generalizadas e convocaram protestos contra o resultado para esta segunda-feira (5).
Com este resultado, o primeiro-ministro, que já exerceu o cargo de presidente entre 2000 e 2008, é o ganhador do pleito no primeiro turno. Putin afirmou que o povo da Rússia demonstrou saber “diferenciar os ares de mudança das tentativas de destruir o país”.
O líder do Partido Comunista da Rússia, Gennady Ziuganov, foi o segundo candidato mais votado, com 17,19%, segundo os dados da CEC.
O terceiro lugar corresponde ao multimilionário Mikhail Prokhorov (7,82%), considerado uma das grandes surpresas da campanha presidencial russa ao se tratar de um candidato sem experiência política.
O ultranacionalista Vladimir Jirinovski, que participou de várias votações presidenciais nos últimos 20 anos, é quarto, com 6,23% dos sufrágios.
O social-democrata Sergei Mironov, antigo presidente do Senado, é quinto e último com 3,85% dos votos emitidos. (Com agências internacionais)