O percentual de famílias endividadas diminuiu de 57,8% em março para 56,8% em abril, aponta a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje (19) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 62,6% das famílias informaram ter algum tipo de dívida, houve queda de 5,8 pontos percentuais.
De acordo com o levantamento, “a despeito dos estímulos monetários e fiscais para a oferta de crédito e para o consumo de bens duráveis, persiste maior cautela das famílias em relação ao seu endividamento”.
“As famílias estão conseguindo diminuir seu endividamento para elevar o consumo lá na frente”, avaliou o economista Bruno Fernandes, da CNC.
De acordo com a pesquisa, a diminuição no endividamento foi observada nas duas faixas de renda investigadas. Na faixa inferior a dez salários mínimos, o percentual de famílias com dívidas alcançou 57,9% em abril, contra 58,6% em março, e ficou bem abaixo dos 64,4% verificados em abril de 2011.
Já entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o endividamento passou de 50,2% em março para 48,7% em abril. No mesmo mês do ano passado, o índice para esse grupo era 52,9%.
A pesquisa também mostra alta, na passagem de março para abril, no percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso, mas ainda em um patamar inferior ao registrado em igual período do ano passado. Em abril deste ano, 23% das famílias disseram estar inadimplentes, contra 21,8% em março e 23,4% em abril de 2011.
A proporção de famílias sem condições de pagar as contas em atraso teve ligeiro aumento de um mês para o outro, ao passar de 6,7% em março para 6,9% em abril. Em abril de 2011, 7,8% das famílias estavam nessa situação.
O cartão de crédito foi apontado como o principal responsável pelas dívidas em abril (73,7% das famílias). Em seguida, aparecem carnês (19,1%) e crédito pessoal (12,4%).
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010, com base em dados coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, em um universo de 18 mil consumidores.