O chefe dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Herman Nackaerts – instituição vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) – apelou para que o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, seja mais transparente em relação ao programa nuclear desenvolvido no país. O apelo ocorreu ontem (14) durante a retomada das negociações entre a comunidade internacional e o Irã, em Viena, na Áustria.
A reunião de ontem antecede a que ocorrerá, no dia 23, em Bagdá, no Iraque, na qual participarão os representantes do P5+1 (Estados Unidos, China, Reino Unido, França, Rússia e Alemanha) e o Irã. “O objetivo desses dois dias de reunião é chegar a um acordo de estratégia a fim de resolver todas as questões em suspenso com o Irã”, disse o chefe dos inspetores.
Há três meses, as discussões foram interrompidas após visitas de inspetores estrangeiros ao Irã. As missões tiveram o acesso recusado à área militar de Parchin – onde há suspeitas de testes nucleares com o uso de explosivos fabricados com elementos atômicos.
A Aiea divulgou um relatório, há seis meses, no qual sinalizava a existência de indícios sobre irregularidades envolvendo o programa nuclear do Irã. No texto, os peritos dizem que há uma série de indicações sobre a projeção de uma arma nuclear. As autoridades iranianas negaram as informações, alegando que havia um conteúdo político nas suspeitas.
O embaixador iraniano na Aiea, Ali Asghar Soltanieh, disse que o relatório dos inspetores é “antiprofissional, desequilibrado, ilegal e politizado”. Nos últimos anos, o Irã enfrenta sanções que atingem a economia, os setores de comércio e bancos, além da área militar.