Há cinco anos, a deputada Ana Perugini luta na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) para que seja aprovado o Projeto de Lei 708/2007, que institui um programa de vacinação contra o Papiloma Virus Humano (HPV) na rede pública de saúde.

O projeto já recebeu o parecer favorável das três Comissões Especiais da Assembleia: Saúde e Higiene; Constituição e Justiça, e de Finanças e Orçamento, conforme publicação em Diário Oficial de 9 de abril de 2008. Ou seja, o projeto está pronto para ser colocado em votação pelos colegas deputados estaduais.

Cada minuto perdido pode representar uma vida perdida. A Organização Mundial da Saúde calcula que, anualmente, cerca de 250 mil mulheres morrem com câncer de útero no mundo. E o HPV, de acordo com vários estudos, é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, segundo tipo de câncer no sexo feminino. São mais de 400 mil casos novos todo ano de câncer induzidos pelo HPV.

O HPV é transmitido em ato sexual por alguém contaminado. A infecção ocorre apenas com o contato pela pele ou mucosa, não sendo necessária a penetração para que uma pessoa fique infectada. Existem dezenas de tipos de HPV, mas os de números 16, 18, 31, 33, 45 e 58 são os considerados de mais alto risco para provocar algum tipo de câncer.

A vacina para prevenir a infecção por HPV é cada vez mais recomendada pelas autoridades médicas. A Vacina Recombinante Quadrivalente contra o HPV, além de prevenir o câncer do colo do útero, evita a instalação ou propagação nos casos de pré-cânceres vulgares e vaginais causados pelo HPV dos tipos 16 e 18, nas lesões pré-cancerosas vaginais e vulvares de baixo grau e nas verrugas genitais causadas por HPV tipos 6, 11, 16 e 18. A vacina é indicada para mulheres de nove a 26 anos. O medicamento é ministrado em três doses, aplicadas num período de seis meses. 

No Brasil a vacina já é comercializada e pode ser encontrada em clínicas de imunização ao custo médio de R$ 450.

Ana Perugini é coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres.