O emissário especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, é esperado hoje (28) em Damasco, capital do país. A chegada dele ocorre no momento de agravamento da crise na região, depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, pelo massacre de 108 pessoas, inclusive 32 crianças, em Houla, no centro do país.
A visita de Annan foi confirmada pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria, Jihad Makdissi. Há cerca de um mês, Annan negociou um cessar-fogo na região, mas que não foi cumprido por Assad. Um grupo de observadores da ONU está no país para tentar intermediar a paz. Porém os próprios observadores foram alvos de ataques em mais de uma ocasião.
Ontem (27), o Conselho de Segurança aprovou uma condenação aos atos ocorridos em Houla, na Síria. No comunicado, a entidade diz que as vítimas foram baleadas por artilharia e tanques, inclusive com disparos à queima-roupa.
Para o Conselho de Segurança, o uso da força contra civis viola o direito internacional e os compromissos assumidos pelo governo sírio para parar a violência. No comunicado, os 15 países que assim o documento reiteram que há necessidade de acabar com a “violência em todas as suas formas e em todas as partes” e exigiu que os responsáveis sejam responsabilizados por tais atos perante a Justiça.
No entanto, o representante sírio na ONU, Bashar Jaafari, negou as acusações envolvendo governo Assad. Segundo ele, os atos foram cometidos por terroristas fortemente armados e que atuam contra o governo. De acordo com o embaixador, há “uma operação militar ampla, completa e planejada” contra o governo.