Os trabalhadores em minas do Peru deflagram hoje (28) uma paralisação geral, que deve durar oito dias, em protesto contra as mudanças que o governo pretende promover no setor. De acordo com entidades sindicais, as reformas na área podem levar a demissões na região de Conga. Porém, ambientalistas defendem que as mudanças são essenciais para a preservação do meio ambiente.
Na região de Espinar, por exemplo, ambientalistas disseram que a empresa multinacional Xstrata Tintaya é a principal responsável pela contaminação de rios, utilizados pelos agricultores para susbsistência. A companhia nega a acusação. Os mais radicais defendem a suspensão das atividades da empresa na região.
Para o chefe do Gabinete de Gestão de Conflitos do Governo do Peru, Victor Caballero, há intransigência de vários setores envolvidos no protesto, dificultando resolver o conflito. O grupo que se autodenomina Coalizão de Defesa diz que há má vontade do governo para negociar. Porém, o próprio presidente do Peru, Ollanta Humala, no ano passado, tentou mediar um acordo.
Em dezembro, houve protestos semelhantes na região de Cajamarca, liderados por mineiros, que chegaram a bloquear várias pistas. Na ocasião, Humala conversou com os líderes do movimento e se disse preocupado com o agravamento da crise. Integrantes da Igreja Católica e do Parlamento também foram acionados.
Porém, o clima de insatisfação permaneceu no país. Para ambientalistas, as ações das empresas de mineração no país podem levar ao agravamento na distribuição de água em várias regiões do Peru. Os protestos que ocorrerão ao longo desta semana têm o apoio de várias entidades civis.