O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) alertou hoje (15) para a situação paradoxal existente na África, pois parte do continente registra crescimento econômico superior à média mundial, mas também apresenta a maior insegurança alimentar do planeta. A administradora do Pnud para a África, Helen Clark, disse que é fundamental implementar políticas mais inclusivas e focadas em segurança alimentar.
No documento denominado Relatório do Desenvolvimento Humano de África 2012: em Direção a um Futuro de Segurança Alimentar, o Pnud destaca que, entre 2004 e 2008, as economias africanas cresceram em média 6,5% ao ano. Porém, a crise mundial abrandou o crescimento para 2,7% em 2009. Desde 2010 a África Subsaariana vem se recuperando, registrando taxas de crescimento de 5,4% em 2010 e de 5,2% em 2011, e deverá continuar a crescer mais de 5% em 2012.
O relatório ressalta que um quarto dos 856 milhões de habitantes da África Subsaariana está subnutrido e que o continente ainda é “a região de maior insegurança alimentar do mundo”. “Em um mundo com excedente de alimentos, a fome e a má nutrição continuam onipresentes em um continente com grandes recursos agrícolas”, disse o diretor do Pnud para África, Tegegnework Gettu.
No relatório, o Pnud pede ações imediatas, como o aumento da produção agrícola e uma maior justiça social. O programa da Organização das Nações Unidas (ONU) defende ainda que se potencializem os programas que garantam uma nutrição mais eficaz e recomenda medidas contra eventualidades como a seca, o conflito, as alterações climáticas ou a volatilidade dos preços dos alimentos.
No dia 19, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os chefes de Estado e de Governo do Benim, do Gana, da Etiópia e da Tanzânia (países da África) reúnem-se para discutir medidas de combate à fome e à desnutrição.