As empresas brasileiras que investem no exterior receberam US$ 3,474 bilhões em lucros e dividendos, de janeiro a maio deste ano. Esse ingresso é bem maior do que o registrado em igual período de 2011, quando ficou em US$ 600 milhões. Em todo o ano passado, essas receitas totalizaram US$ 1,804 bilhão.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, o aumento do ingresso de lucros e dividendos no país “certamente vem de lucros acumulados” no exterior pelas empresas ao longo do tempo. “Hoje o estoque de investimento brasileiro no exterior está em torno de US$ 200 bilhões. É natural que em algum momento isso se revertesse em termos de lucros e dividendos”, acrescentou Maciel. De acordo com os dados do BC, esse estoque ficou em US$ 238,246 bilhões, em maio.
Por outro lado, o envio de lucros e dividendos de empresas no Brasil para as matrizes no exterior está em queda. Segundo Maciel, isso ocorre devido à moderação da atividade econômica, que leva à menor geração de lucro. Além disso, segundo ele, a taxa de câmbio em patamar mais elevado encarece o envio de recursos para o exterior, o que desestimula a remessa.
De janeiro a maio, os lucros e dividendos enviados ao exterior chegaram a US$ 11,918 bilhões, ante US$ 15,304 bilhões registrados em igual período do ano passado. Nos cinco meses do ano, as remessas líquidas de lucros e dividendos (envio de recursos ao exterior maior que o recebimento) chegaram a US$ 8,444 bilhões, volume 42% menor do que o registrado ante igual período do ano passado (US$ 14,704 bilhões). Apenas em maio, essas remessas líquidas ficaram em US$ 2,55 bilhões. Em junho, até o dia 20, estão em US$ 517 milhões.
Hoje o BC revisou a previsão para as remessas líquidas de lucros e dividendos, que passaram de US$ 38 bilhões para US$ 28 bilhões, este ano.