O presidente do eleito do Egito, Mohammed Mursi, da Irmandade Muçulmana, fez hoje (29) um pronunciamento a correligionários na Praça Tahrir, na véspera de sua posse. No pronunciamento, Mursi jurou “preservar o sistema republicano e a independência” do Egito, prometeu solenemente e comprometeu-se a fazer do país um “Estado civil, patriota e constitucional”.

Ele venceu as eleições com 51,7% dos votos no segundo turno. O concorrente, o general reformado da Força Aérea Ahmed Shafiq, primeiro-ministro no governo Hosni Mubarak, ficou com 48,3%.

Para atrair votos, o candidato do Partido Liberdade e Justiça adotou um discurso em favor da união nacional. O processo eleitoral no Egito foi tenso e teve vários protestos mesmo antes de os dois candidatos iniciarem a campanha. O Parlamento egípcio, que foi escolhido em eleições livres em novembro, foi dissolvido. A Irmandade Muçulmana, que tinha maioria, protestou contra a decisão.

Além disso, houve atraso na divulgação do resultado oficial das eleições presidenciais, o que alimentou boatos de que o Conselho Supremo das Forças Armadas, que governava o Egito, e a Irmandade Muçulmana estavam negociando nos bastidores o futuro do país.

Mursi fará o juramento de posse perante a Suprema Corte na manhã deste sábado (30) e assumirá o governo sem o controle do Exército sobre a política externa e a defesa.

O novo presidente, o primeiro democraticamente eleito, assume o poder depois da queda de Hosni Mubarak, que foi desposto por uma revolta popular depois de governar o Egito por quase três décadas.