O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, espera que a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de aprovar a ampliação do sistema de saúde pública seja copiada por outros países do mundo. Segundo Padilha, que esteve hoje (29) em um evento sobre saúde e desenvolvimento no Rio, “é inspirador para outros países que os Estados Unidos ampliem a universalização, embora não tenham ainda assumido, como o Brasil assumiu em sua Constituição, a saúde como um direito e um dever do Estado, mas é um passo importante para a universalização”.

A Suprema Corte americana declarou ontem (28) a constitucionalidade do projeto criado pelo presidente Barack Obama, há cerca de dois anos, obrigando os cidadãos dos Estados Unidos a ter um seguro médico até 2014 sob pena de multas. Com o aumento do número de usuários, o objetivo apresentado, na época, pelo presidente, era o barateamento dos custos e dar subsídios para os mais pobres.

As empresas de seguro são obrigadas a aceitar mesmo pessoas com problemas crônicos de saúde. A Corte, porém, não aprovou um item do projeto que exigia dos estados investimentos para ampliar o atendimento gratuito aos mais pobres.

Padilha ressaltou que o Brasil é o único país no mundo, com mais de 100 milhões de habitantes, que assumiu o desafio de levar a saúde universal e integral para toda a população, desde a vacinação até o transplante. “Precisamos, porém, ser muito realistas de tudo o que precisamos avançar no Sistema Único de Saúde (SUS) para darmos conta do que é o objetivo do nosso país de ter um sistema público e universal com qualidade. Melhorar a qualidade do atendimento e reduzir o tempo de espera é uma obsessão do Ministério da Saúde”, declarou.

A descentralização do atendimento é outro grande desafio do país, que tem uma média de quatro médicos a cada mil habitantes no Rio de Janeiro e 0,6 no Maranhão. Em todo o país, a média é 1,9 médico para cada mil habitantes, enquanto na Argentina e na Inglaterra essa média é 2,9 médicos por mil habitantes, segundo Padilha.