O garoto Max Enrique Dulcão de Paula, de 11 anos, poderia ser mais um que estaria na fila à espera de um transplante de fígado se não fosse a atitude corajosa do pai dele, o vendedor Eraldo Rodrigues de Paula, de 37 anos.
Eraldo, casado com Eliane, reside na rua Leordino da Silva Costa, no Jardim Santa Clara, em Dracena, doou um terço do fígado para o filho, que havia sido afetado por uma cirrose hepática, causada por medicamentos que tomou para combater a leishmaniose que havia contraído em 2006.
Eraldo conta que Max perdeu peso ficou com a pele amarelada e que o transplante teria que ser feito.
Segundo ele, caso o doador compatível não fosse encontrado na família, o menino teria que ficar aguardando na fila e isso demoraria muito, colocando em risco a vida dele. Tão logo os exames deram resultados positivos, para a doação, os dois passaram por procedimento para a realização do transplante.
A cirurgia para o transplante paga pelo SUS, aconteceu dia 26 de março, no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
De acordo com Eraldo, o procedimento cirúrgico durou dez horas e foi muito bem sucedido.
Após a cirurgia, o menino ficou quase 70 dias internado, 30 deles, na UTI e só recebeu alta no dia 9 deste mês.
O pai conta que durante o período de recuperação da cirurgia, Max enfrentou problemas. Eraldo afirmou que devido a reação dos medicamentos, ocorreram complicações física e neurológicas e Max ficou como um bebê. “Os médicos disseram que poderia ocorrer complicações e isso aconteceu. Ele não falava, nem andava, não conhecia ninguém, teve problemas com a visão e enfrentou inchaço no cérebro, corria o risco de ter sequelas, mas depois graças a Deus isso não aconteceu e com a substituição dos medicamentos meu filho se recuperou e voltou ao normal e deu tudo certo. Foi uma verdadeira luta”, diz o pai.
Eraldo agradece o apoio da Secretaria de Saúde de Dracena que colocou uma ambulância a disposição do seu filho, aos familiares e amigos que rezaram pela recuperação de Max.
Na quinta-feira (14) à tarde, Max e Eraldo, felizes com o sucesso do transplante receberam a reportagem. O menino que estuda o terceiro ano do ensino fundamental na Emefi Profª Luiza Rossa Ribeiro, é filho único do casal. Ele disse ao pai “Você é o melhor pai do mundo”.
Eliane, a mãe, comentou que a recuperação de Max foi um milagre, porque os médicos estavam desenganados. “Foi um milagre a recuperação do meu filho, ele teve um AVC muito forte e poderia ficar com sequelas. Eu chorava muito ao ver ele na cama vegetando, não enxergando nada e ainda com a possibilidade de ficar até seis meses assim e então pedi a Jesus pela melhora e em menos de 15 dias, o Max voltou ao normal. Eu também tinha o sangue compatível para o transplante, mas como estava com câncer não podia doar. Também recebi o milagre de Deus, pois fui curada de um câncer”, contou a mãe.
Eraldo e Max que afirmam estar bem retornam na próxima semana, para São Paulo, para passar por avaliação médica, no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.