O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, disse hoje (4) que no próximo dia 8 haverá uma reunião entre peritos do órgão e autoridades do Irã. Segundo ele, a expectativa é avançar nas negociações para um acordo sobre a possibilidade de especialistas estrangeiros investigarem as usinas nucleares do Irã. O programa nuclear iraniano é alvo de suspeitas internacionais, pois há desconfiança da fabricação de armas atômicas no país.
Na segunda reunião de governadores (representantes dos governos) da agência, deste ano, Amano lamentou o fato de as autoridades iranianas não colaborarem para dirimir as dúvidas sobre o programa nuclear desenvolvido no país. “O Irã não fornece garantias credíveis sobre a ausência de material nuclear não declarado e sua atividades”, disse ele.
Amano cobrou ainda do Irã medidas no sentido de implementar “todas as obrigações pertinentes a fim de estabelecer a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica do seu programa nuclear”. O discurso completo do diretor-geral está disponível na página da Aiea na internet (http://www.iaea.org/newscenter/statements/2012/amsp2012n009.html).
Nos últimos anos, os avanços obtidos pelo desenvolvimento nuclear do Irã causaram suspeitas na comunidade internacional. O Conselho de Segurança das Nações Unidas e vários países unilateralmente adotaram sanções ao Irã. Há restrições para as negociações econômicas, comerciais, financeiras e militares envolvendo os iranianos.
No discurso, Amano mencionou também as preocupações com os programas nucleares da Coreia do Norte – pois há suspeitas de fabricação de armas atômicas – e Síria, que há 15 meses enfrenta uma série de ações violentas. Segundo ele, também serão discutidos os planos de segurança nuclear referentes aos dois países.
“Em relação à Síria, vale lembrar que, em junho do ano passado, a agência foi informada de que um edifício destruído foi provavelmente alvo de um reator nuclear”, disse o diretor-geral da Aiea. Segundo ele, o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, prometeu esclarecer essas “questões pendentes”, mas não houve “avanços significativos”.