Caminhoneiros em greve continuam a interditar a rodovia Presidente Dutra, no km 276, e causavam 17 km de lentidão na região de Barra Mansa (RJ), por volta das 9h50 desta segunda-feira.
Mais cedo a pista no sentido Rio ficou totalmente bloqueada, de acordo com a concessionária que administra a via. Por volta das 10h, os caminhoneiros tinham seus veículos estacionados em uma faixa das pistas de ambos os sentidos.
O problema estava concentrado entre o km 293 e o km 276 no sentido Rio de Janeiro. No sentido São Paulo, a retenção era de 7 km, entre o km 269 e o km 276.
Os grevistas permitem apenas que carros e ônibus passem pelas faixas livre das pistas.
Segundo a NovaDutra, concessionária que administra a via, os caminhoneiros bloqueiam a via desde a tarde de domingo (29).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o protesto permanecia pacífico. Não havia informações sobre desvios na rodovia, de acordo com a concessionária.
MOTIVOS
A greve dos caminhoneiros, que não tem o apoio dos sindicatos da categoria, tenta derrubar mudanças implementadas pelo governo federal para o setor de transporte rodoviário do país, como o cartão-frete (que formaliza a contratação dos motoristas autônomos) e a lei que institui o controle de jornada de trabalho da categoria.
Nélio Botelho, coordenador do MUBC (Movimento União Brasil Caminhoneiro), afirma que as medidas têm reduzido a oferta de frete para os profissionais e diminuído os rendimentos em razão das restrições de horário de trabalho. Os caminhoneiros também reclamam da falta de estrutura das rodovias para cumprir as paradas obrigatórias previstas em lei, de quatro em quatro horas.
De acordo com Botelho, o protesto dos caminhoneiros tem enfrentado baixa adesão especialmente em São Paulo e nos Estados do Centro-Oeste, em que o setor de transporte rodoviário é controlado por grandes transportadoras e por multinacionais embarcadoras de grãos.