Pesquisadores de Los Angeles, nos Estados Unidos, concluíram que os latinos são mais propensos a desenvolver diabetes do tipo 2 quando comparados aos brancos e aos grupos étnicos africanos. A conclusão se baseia no fato de os latino-americanos armazenarem mais gordura no pâncreas e, portanto, produzirem menos insulina. Segundo pesquisas recentes, o diabetes tipo 2 corresponde a cerca de 90% dos casos da doença.
Esse tipo de diabetes é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado nível de glicose no sangue e de resistência à insulina e insuficiência relativa de insulina. O tratamento inicial inclui exercícios físicos e alterações na dieta alimentar. Se as medidas não reduzirem o nível de glicose no sangue, pode ser necessário recorrer à administração de medicamentos.
“Sabemos há algum tempo que alguns grupos étnicos, incluindo os latinos, são mais vulneráveis a desenvolver diabetes tipo 2, mas esse estudo explora as razões que levam a isso”, disse a diretora do laboratório do Instituto de Ressonância Magnética Cedars-Sinai Heart, em Los Angeles, Lidia Szczepaniak
A pesquisa foi publicada na revista Diabetes Care e mostra o estudo feito com 100 indivíduos: brancos, negros e latinos de ambos os sexos. Foram escolhidas pessoas de compleição semelhante – peso e altura – na faixa dos 38 a 40 anos e com sintomas de pré-diabetes.
Os pesquisadores descobriram que os latinos armazenam mais gordura no pâncreas, que por sua vez se torna menos capaz de produzir insulina suficiente, aumentando os riscos de desenvolver diabetes tipo 2, de acordo com o estudo do Instituto Cedars-Sinai Heart em Los Angeles e do Instituto para Pesquisa do Diabetes e Obesidade.
”Sabendo que os latinos são mais propensos a acumular gordura no pâncreas, podemos identificar algumas estratégias para prevenir secreção anormal de insulina”, disse a especialista. Em comunicado, o responsável pela pesquisa, Richard Bergman, informou que “a prevenção do diabetes é a meta” do estudo.
“Nem todos que estão com sobrepeso ou obesos desenvolvem diabetes. Se pudermos determinar quem é mais propenso a desenvolver diabetes poderemos avançar na prevenção”, diz o texto de Bergman.
Na pesquisa, os adultos latinos, brancos e negros fizeram três testes: um de tolerância oral à glicose, um exame de sangue para avaliar a resistência à insulina e uma ressonância magnética para avaliar os níveis de gordura no pâncreas e fígado. Os resultados mostraram que os latinos e os brancos apresentam uma taxa três vezes maior de gorduras no pâncreas em comparação aos negros.