Fernando Gouveia, que baleou três pessoas na rua Castro Alves, no bairro da Liberdade, zona central de São Paulo, por volta das 8h30 da manhã desta quinta-feira (18), se entregou após cerca de oito horas de negociação.

O homem, que sofre de transtornos mentais, estava fechado em casa localizada na mesma rua, de onde se recusava sair. A rendição ocorreu por volta das 17h. 

A negociação foi feita por Policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), que cercavam o local onde Fernando Gouveia se encontrava. 

A suspeita é de que o homem sofra de transtornos mentais e baleou três pessoas. Após efetuar os disparos, ainda armado, Fernando Gouveia, 32, se fechou na casa.

Os disparos foram efetuados após uma equipe composta por um oficial de Justiça, três enfermeiros e o advogado da família de Gouveia ter ido até a casa onde ele se encontrava para cumprir uma ordem de internação. Gouveia teria se revoltado e efetuou os disparos com uma pistola 9 mm, segundo informações da polícia.

Os tiros atingiram o oficial de Justiça, um enfermeiro e uma psicóloga. Após os disparos, policiais do 11º Batalhão da Polícia Militar foram acionados e dirigiram-se até o local. O suspeito atirou também contra os policiais, que não foram atingidos.

As vítimas foram socorridas pela polícia e levadas para o pronto-socorro do Hospital Vergueiro. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o estado de saúde do oficial de Justiça, de 49 anos, do enfermeiro, de 37, e da psicóloga, de 45, é estável e eles não correm risco de morrer.

Após o atirador se fechar na casa, policiais do Gate assumiram as negociações de rendição. A mãe do homem teria auxiliado os policiais nos primeiros momentos das conversas, informou a polícia para a GloboNews.

Segundo a polícia, o homem mantém contato com um policial negociador por telefone. Ele diz possuir outras armas e estar ferido na cabeça e no braço. Fernando Gouveia teria se ferido em uma luta corporal com um dos enfermeiros que integravam a equipe que queria interná-lo.

O polícia diz que cogita realizar uma invasão. No entanto, tenta conduzir as negociações para que o homem se renda, evitando também que cause danos a si próprio. Segundo a Folha de S. Paulo, um psicólogo da PM participa das negociações.

A rua Castro Alves foi interditada na altura do número 1.000 para permitir que os policiais conduzam as negociações com o suspeito. Moradores e comerciantes do local foram orientados a não sair na rua. 

Cerca de 20 soldados da polícia estão no local junto com a equipe do Gate. Uma viatura do Corpo de Bombeiros e uma do Samu também encontram-se de plantão na rua Castro Alves.

Interdição

Segundo informações da Folha de S.Paulo, a mãe de Fernando Gouveia entrou com um pedido de interdição judicial após o filho, que sofre de esquizofrenia, sair de casa há cerca de dois meses.

O advogado contratado pela família de Gouveia,  José Conciolito, diz que a mãe localizou o filho após algum tempo desaparecido, morando na casa de uma psicóloga. Ela teria pedido a interdição por ele não ter voltado para casa.

Ainda segundo a Folha, após ser interditado, Fernando passaria por uma avaliação e poderia ser internado em uma clínica particular em Itapira (a 164 km de São Paulo).