A área de soja plantada em terras de novos desmatamentos na Amazônia saltou de 11,69 mil hectares na safra de 2010/2011 para 18,41 mil hectares no ciclo 2011/2012 – um aumento de 57%.
Os números foram apresentados hoje (26) durante a renovação da Moratória da Soja, iniciativa de empresas exportadoras e organizações da sociedade civil para boicotar a soja produzida em áreas de novos desmatamentos na Amazônia.
Para o Greenpeace, apesar de ser alto e acender uma “luz amarela”, o aumento da atual safra foi menor do que os 85% registrados no período anterior (2010/2011 comparado a 2009/2010).
Assinada pela primeira vez em 2006 e repactuada ano a ano, a moratória foi renovada até 31 de janeiro de 2014. O pacto impõe desmatamento zero na produção de soja na Amazônia. Isso significa que nenhuma das 24 principais empresas comercializadoras do grão – que representam 90% do mercado de soja no país – pode comprar o produto de fornecedores na Amazônia que tenham desmatado após 2006.
Segundo os dados divulgados, em Mato Grosso, a área cultivada subiu de 5,89 mil hectares para 12,28 hectares – um aumento de mais de 100%.
No Pará, no entanto, houve uma retração de 31% na área de soja, que passou de 4,14 mil hectares em 2010/2011 para 2,86 mil hectares em 2011/2012.
“A moratória mostra que é possível aumentar a produção de soja no Brasil sem impactar o meio ambiente. Em cinco anos, temos a menor taxa de desmatamento da Amazônia e a maior produção da oleaginosa. O que acontece é que temos que eliminar, na base, aqueles que não querem cumprir a lei”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ressalta que apenas 2,1 milhões de um total de 25 milhões de hectares cultivados de soja estão no bioma Amazônia. Dessa área, apenas 0,41% está em terras de desmatamento ilegal. Esses dados, de acordo a associação, indicam que a soja não é um vetor importante de desflorestamento nesse bioma. Ainda segundo a Abiove, a soja produzida em área ilegal não representa uma quantidade significativa para a exportação brasileira.
De acordo com o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, o acordo conferiu maior credibilidade ao Brasil no mercado internacional, principalmente o europeu, um dos maiores compradores do produto. “Aumentou a qualidade das vendas, o europeu, o maior juiz desse processo, o mais exigente, entendeu que a gente tem competência e interesse de fazer direito. Nos deram a chance e provamos. Esse é o maior sucesso da moratória.”