Na tentativa de medir a preocupação do brasileiro em manter o emprego e a satisfação dele com a vida, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez pesquisa e constatou que as famílias com a maior e a menor renda são as que têm mais medo de perder o emprego. A pesquisa Termômetros da Sociedade Brasileira, divulgada hoje (2), informa ainda que os mais ricos são os menos satisfeitos com a vida.
O Índice do Medo do Desemprego (IMD) registrou alta de 0,8% em setembro na comparação com junho, chegando a 75,3 pontos. Na comparação com setembro de 2011, quando foi registrado o menor valor da série iniciada em 2003 (71,6 pontos), a alta chegou a 2%.
Na avaliação do gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, este índice é considerado baixo e o aumento registrado no terceiro trimestre pode ser avaliado como “resultado da retração da atividade industrial e das notícias sobre a redução do ritmo de expansão do emprego”.
As regiões Centro-Oeste e Norte foram as que apresentaram maior crescimento do IMD: 15,1% na comparação com junho. A faixa etária que apresenta maior preocupação com o desemprego é a compreendida entre 40 e 49 anos (77,9 pontos), seguida da entre 25 e 29 anos (77,7 pontos).
No quesito escolaridade, o grupo mais preocupado é a das pessoas de nível superior (77 pontos) e o de ensino médio (76,7 pontos). No que se refere à renda familiar, as faixas que têm mais preocupação com o emprego são as situadas nos dois extremos: de até um salário mínimo (80,8 pontos) e as famílias com renda superior a dez mínimos (79 pontos).
O Índice de Satisfação com a Vida (ISV) registrou 106 pontos em setembro – o terceiro maior da série histórica iniciada em 2003, abaixo apenas dos registrados em dezembro de 2008 (106,3 pontos) e em setembro de 2011 (106,5 pontos). Com isso, se comparado a junho, o crescimento é 1,7%. Mas, na comparação com setembro de 2011, há uma queda de 0,5%.
Uma curiosidade apontada pela CNI é que faixa etária mais preocupada com a possibilidade de perder o emprego (entre 40 e 49 anos) é a mesma que está mais satisfeita com a vida. Neste grupo, a pontuação relativa à satisfação foi 108,5 pontos.
No que se refere à renda familiar, os mais ricos, com renda superior a dez salários mínimos, estão em segundo lugar no quesito satisfação com a vida, com 108,3 pontos, atrás apenas dos com renda entre cinco e dez mínimos (109,7 pontos).
Para Renato Fonseca, o baixo IMD, associado à elevada satisfação com a vida, é uma indicação de que as pessoas estão dispostas a manter o nível de consumo, “e que o medo do desemprego é maior entre quem está mais satisfeito com a vida porque há uma tendência de as pessoas temerem a perda do que conquistaram”.
Os dois índices têm como base o ano de 2003, considerando como 100 pontos o percentual médio registrado à época. A pesquisa Termômetro da Sociedade Brasileira do terceiro trimestre foi feita com 2002 pessoas maiores de 16 anos entre os dias 17 e 21 de setembro.