O PSDB e o PT decidem, neste domingo (28), em segundo turno, a eleição para prefeito em Pelotas, um dos municípios mais importantes do Rio Grande do Sul. Localizada a 250 quilômetros da capital, Porto Alegre, Pelotas tem cerca de 250 mil eleitores, que vão escolher o novo administrador entre os candidatos Eduardo Leite, do PSDB, que obteve 39,89% dos votos no primeiro turno, e Fernando Marroni, do PT, que ficou com 28,54% dos votos válidos.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), votaram no primeiro turno apenas 207.719 eleitores, ou seja, 82,83% dos 250.790 que estavam aptos para votar. Pelotas tem 328.275 habitantes.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o setor que mais contribui para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas no município) é o de serviços, com R$2,7 bilhões. Em seguida, vem o setor industrial, com R$ 692,5 milhões, e a agropecuária, com R$ 139,2 milhões.
O charque (carne seca) foi o produto responsável pela grande expansão econômica de Pelotas, no passado – o que já fez o município ser considerado a capital econômica da região. O nome da cidade, inclusive, tem origem nas embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios na época das charqueadas (estabelecimentos onde se prepara o charque).
Conforme dados da prefeitura, Pelotas tem a segunda maior concentração de produtores de couro do estado. Em termos de capacidade de produção, está também entre as primeiras. O município tem ainda a maior bacia leiteira do estado, produto que é o destaque no setor pecuário local. São tradicionais as culturas do pêssego e do aspargo, e o comércio local é ágil e diversificado, com serviços especializados e empresas de pequeno, médio e grande portes.
Pelotas é também conhecida pela Feira Nacional do Doce (Fenadoce), que, desde 1986, integra os calendários turístico e gastronômico do município. No evento, realizado anualmente no mês de junho, destacam-se pratos da tradicional doçaria portuguesa, como pastéis de Santa Clara, ninhos, bem-casados e baba-de-moça, além de doces de origem alemã e italiana.
Natural de Pelotas, o engenheiro eletricista Fernando Stephan Marroni tem 56 anos e é servidor da Universidade Federal de Pelotas. Na década de 80 do século passado, presidiu a associação dos funcionários da universidade e a Federação dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Em 1998, elegeu-se deputado federal e, em 2000, prefeito de Pelotas. Em 2006, com 70 mil votos, foi eleito primeiro suplente do PT na Câmara dos Deputados, cargo que assumiu em 2009 e para o qual foi reeleito em 2010, com 87 mil votos.
Também pelotense, Eduardo Leite tem 27 anos e é advogado formado pela Universidade Federal de Pelotas. Foi presidente do Grêmio Estudantil do Colégio São José. Aos 19 anos, concorreu ao cargo de vereador, obteve 2.937 votos e ficou na primeira suplência. Foi, então, convidado para integrar a Secretaria Municipal de Cidadania. Posteriormente foi chefe de gabinete da prefeitura. Eduardo Leite deixou o cargo para assumir o mandato de vereador e foi reeleito em 2008, tornando-se líder da bancada do PSDB na Câmara Municipal.