O desembargador Luiz Zveiter, em coletiva realizada na tarde deste domingo (7), no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), disse que cerca de 500 pessoas foram detidas por crimes eleitorais até as 15h, a maioria por fazer boca de urna. Entre os detidos levados para centros de abrigamento no Rio nove candidatos.
O presidente do TRE do Rio chegou a informar que Léo Comunidade tinha sido preso, mas depois da coletiva a assessoria do TRE informou que ele chegou a ser abordado por policiais na Rocinha, mas conseguiu fugir.
Durante a coletiva, Zveiter comentou ainda sobre uma urna de Botafogo, que o flash queimou. No local, os eleitores votam manualmente. Segundo o desembargador, somente após o término da votação, às 17h, que poderá saber se esses votos serão salvos. Caso ao contrário, esses votos serão anulados.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), 744 urnas apresentaram algum tipo de defeito, sendo que 227 não puderam ser consertadas e foram substituídas. O Rio de Janeiro é a cidade onde ocorreu a maioria das substituições, sendo 103 urnas trocadas.
Os candidatos João Ricardo (PSDC) e Seu Lima (PTN) foram presos na Rocinha. O candidato Irmão Caio (PSC) foi preso em Itaboraí, o vice-prefeito na chapa majoritária de Magé, conhecido como Sabiá (PSDC), foi preso no próprio município e o candidato Eduardo Moura (PSB) foi preso no Rio. Também foram presos 40 cabos eleitorais do Léo da Comunidade. Todos estão sendo encaminhados para centros de abrigamento no estado, entre eles o Maracanãzinho.
André Luiz Alves de Rezende, um dos presos no Maracanãzinho por boca de urna, contou que foi preso por fiscais do TRE em Rocha Miranda, no subúrbio do Rio, quando ia pegar um ônibus para Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde vota. Segundo contou, ele não vestia camiseta de candidatos, nem broches ou adesivos. Mas os fiscais pediram para que ele abrisse a bolsa e nela havia material de campanha de uma carreata de que participara no sábado (6) e que, segundo disse, não teve tempo de deixar em casa.
André elogiou o tratamento dos policiais que faziam a guarda dos presos mas reclamou do TRE. “Estou aqui desde 10h, nesse calor, sem nem água para beber. Não sei para onde vamos nem quando. O TRE está certo em fazer suas cobranças mas tem que haver respeito”, disse.
Segundo Zveiter, as eleições, até as 12h transcorriam dentro da normalidade. Ele acredita que até o final da votação, o número de pessoas detidas possa ser ainda maior.
“Não foram registrados incidentes e está tudo dentro da normalidade. Vai ser uma grande eleição, inclusive por causa das comunidades pacificadas”, disse o desembargador.
De acordo com o balanço divulgado pelo desembargador, em apenas uma seção em todo o estado a votação está sendo realizada com voto manual. A urna eletrônica da seção 22, da 4ª Zona Eleitoral, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, queimou e não pôde ser substituída.
Zveiter confirmou que pelo menos uma pessoa foi presa em Macaé com cerca de R$ 10 mil, suspeito de compra de votos.
De acordo com balanço da Polícia Militar, no entanto, 250 pessoas tinham sido presas até as 14h em todo o Estado, incluindo crimes eleitorais e boca de urna. Foram presos eleitores no Rio de Janeiro (76), na Baixada Fluminense (73), na Região Serrana (83), na Região dos Lagos (6), em Itaboraí (7) e em Macaé (5).