O governo de Nova York interrompeu no domingo (28) à noite todos os serviços de metrô, ônibus e trens regionais com a aproximação do furacão Sandy da costa nordeste dos Estados Unidos.
A tormenta avança para a região mais densamente povoada do país nesta segunda-feira (29), forçando centenas de milhares de pessoas a procurar lugares elevados e provocando a interrupção do transporte público e o fechamento de escolas, empresas e departamentos do governo.
Cerca de 50 milhões de pessoas a partir do Meio-Atlântico ao Canadá estão no caminho da tempestade, que os meteorologistas dizem que pode ser a maior de todos os tempos a atingir os EUA continental. Espera-se que o furacão derrube árvores, danifique edifícios e cause quedas de energia generalizadas ao longo dos próximos dias.
A prefeitura de Nova York decidiu paralisar todos os transportes públicos, afetando milhões de pessoas, ante o temor de inundações e de fortes rajadas de vento provocadas pelo furacão, que deve atingir a cidade na noite desta segunda.
Quando chegar, o furacão encontrará uma metrópole praticamente paralisada, com retiradas de moradores e fechamentos de serviços públicos, instituições, empresas e até da bolsa de valores.
Os estados de Nova York, Nova Jersey, Connecticut e a cidade de Nova York decretaram medidas de emergência e aceleraram todo tipo de preparativos, como a mobilização de unidades militares, para minimizar as consequências da tempestade.
Além do transporte, ficarão fechados também os parques e as escolas, que atendem a 1,1 milhão de estudantes.
A chegada do furacão provocou o cancelamento de pelo menos 7.400 voos procedentes ou com destino à costa leste americana até terça-feira (30).
A previsão é de que o tráfego aéreo seja afetado até quarta-feira (31).
Retirada de moradores
Apesar de Sandy não ter a mesma força do furacão Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005, seus ventos avançam por cerca de 835 quilômetros a partir do centro, o que faz dele um furacão gigantesco, disseram os meteorologistas.
As retiradas afetam cerca de 375 mil moradores das zonas baixas da cidade mais suscetíveis de sofrer inundações, por causa da combinação de fortes chuvas com uma maré alta máxima. Teme-se que o nível de água possa subir até pouco mais de três metros.
O prefeito da cidade, Michael Bloomberg, insistiu na noite de domingo em que os moradores dessas áreas que saiam “o mais rápido possível, já que o tempo está acabando”.
Espera-se que Sandy toque a terra no litoral do vizinho estado de Nova Jersey, cujo governador, Chris Christie, também decretou a evacuação de algumas áreas litorâneas e o fechamento do transporte público estatal.
A sede das Nações Unidas estará fechada, uma medida que poderia estender-se até terça-feira, enquanto a administração municipal nova-iorquina estará aberta.
As sedes dos principais bancos de Nova York, os museus, as universidades e até os teatros de Broadway estão fechados.
Também foram suspensas as atividades especiais de grandes empresas, como a apresentação que o Google pensava fazer da última versão de seu sistema operacional Android.
A Bolsa de Nova York anunciou pouco antes da meia-noite do domingo que fechará totalmente hoje, depois de inicialmente ter informado que estaria aberta para as contratações eletrônicas.
A operadora alegou o risco para os funcionários da Bolsa para decidir pelo fechamento.
A última vez que a Bolsa de Nova York fechou de forma excepcional foi depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Em 27 de setembro de 1985, por ocasião da passagem do furacão Gloria, todos os mercados americanos permaneceram fechados.
Sandy, de categoria um na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, seguia no domingo na direção do nordeste dos Estados Unidos depois de ter passado pelo Caribe, onde provocou 66 mortes no Haiti, Cuba, República Dominicana, Jamaica e Bahamas.