O dinheiro da privatização do Maracanã entrará direto no caixa do Governo do Rio de Janeiro, mas o valor de R$ 7 milhões pela cessão temporária dos direitos sobre o estádio não servirá para pagar nem parte das obrigações que o Estado terá que arcar sobre a arena a partir de 2014, mesmo após a concessão do estádio. O processo deve ocorrer no ano que vem.
Para reformar o Maracanã para a Copa do Mundo de 2014, o Estado solicitou ao BNDES um financiamento de R$ 400 milhões. O crédito deve começar a ser pago logo após o torneio. Só de juros do empréstimo, o governo gastará cerca de R$ 30 milhões por ano.
Isso porque o BNDES cobra uma taxa anual de 7,4% referentes a juros e encargos do financiamentos para a reforma do Maracanã. Como o Rio de Janeiro solicitou R$ 400 milhões –valor máximo disponível–, terá de pagar R$ 29,6 milhões por ano só para cobrir essas despesas, isso sem contar a prestação do empréstimo em si.
O valor não leva em conta os juros sobre os juros que já estão sendo contabilizados desde a contratação do empréstimo. Também vai variar um pouco conforme o ritmo de pagamento do crédito. Entretanto, ele dá uma ideia de quanto custará o empréstimo do BNDES para o Rio.
Além dos juros desse financiamento, o governo terá de pagar os juros do empréstimo de R$ 200 milhões que pegou da Corporação Andina de Fomento (CAF) para a reforma do Maracanã. A Caixa Econômica Federal ainda negocia outro financiamento, mas o valor dele e suas condições não foram divulgados.
O valor que o Governo do Rio de Janeiro pretende receber pela privatização do Maracanã foi informado pelo secretário estadual da Casa Civil, Regis Fitchner. Segundo o secretário, também será exigido da empresa que assumir o estádio investimentos de R$ 469 milhões para tornar o Maracanã um grande centro de entretenimento. Nenhuma parte desses investimentos, porém, passa pelo Estado. Tudo será feito e pago pela iniciativa privada.