O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis Federais do Departamento de Polícia Federal no Estado de São Paulo (Sindipolf/SP), Alexandre Santana Sally, disse hoje (16) que o fim da greve na instituição significa que a categoria decidiu dar um “voto de confiança” ao governo. “Se a condição para reiniciar as negociações é o fim da greve, resolvemos acatar”, afirmou.
Depois de 70 dias de paralisação, servidores civis e policiais federais decidiram ontem (15) voltar ao trabalho. A decisão foi tomada em virtude da possibilidade de reabertura das negociações por parte do governo federal, que condicionou novos entendimentos ao retorno das atividades dos grevistas. O ponto que deve passar por discussão é a reestruturação da carreira dos policiais de nível superior.
Segundo reconheceu o presidente do Sindipolf/SP, servidores civis da instituição e policiais federais não terão o aumento de 15% oferecido pelo governo para 2013. “Nós não aceitamos esse valor e como o governo não ofereceu mais nada, perdemos até mesmo esses 15%. Novos valores devem ser negociados, mas só para 2014”.
A reestruturação da carreira e a exigência do curso superior para todos os cargos estão previstas na Lei 9.266, sancionada em 15 de março de 1996. Entretanto, segundo o sindicato, até agora, os benefícios não foram implementados pela Polícia Federal (PF).
De acordo com informações da Superintendência da PF em São Paulo, não houve prejuízo ao atendimento em setores como de emissão de passaporte e de estrangeiros porque os funcionários que atendem nessas áreas são terceirizados. Foram afetadas as investigações, que devem voltar ao ritmo normal gradativamente, até que se recupere o atraso causado pelo acúmulo de atividades.
Na manhã de hoje, a Agência Brasil constatou que o movimento no prédio da PF era normal. O representante comercial Rafael Mendes Beloti foi tirar o passaporte e disse que o atendimento foi rápido. “Sabia que estava em greve, mas pelo que vi está tudo normal”. Rosangela Ferreira Lima, que é assistente comercial, também procurou o posto e falou que foi tudo tranquilo. “Meu horário era às 10h, mas cheguei antes e fui logo atendida”, explicou.