O chefe da Ferrari, Stefano Domenicali, justificou a decisão de fazer com que Felipe Massa fosse punido com a perda de cinco posições ao substituir a caixa de câmbio de seu carro para beneficiar Fernando Alonso, que assim ganhou um posto no grid e largou ontem, no GP dos EUA, na parte “limpa” da pista.
Com a mudança no carro e a consequente sanção, Massa teve que largar em 11º, e Alonso passou da oitava para a sétima posição. Na prova, o espanhol chegou em terceiro, atrás do inglês Lewis Hamilton e do líder do mundial, o alemão Sebastian Vettel, mantendo suas chances de conquistar o título da temporada no GP do Brasil, última etapa do calendário da Fórmula 1.
Domenicali disse não ter dúvidas de que a decisão foi correta, que qualquer outra equipe o faria e que a ação estava dentro das regras.
“De outra forma, não teríamos feito (a mudança no carro de Massa). Prefiro ser totalmente transparente. Em uma situação assim, é possível simular algo facilmente, mas é melhor dizer a verdade. Esse é nosso estilo, meu estilo”, declarou o chefe da Ferrari.
“Era nossa responsabilidade”, acrescentou, “porque sabíamos que a diferença de estabilidade entre um lado e outro da pista era muito grande, e se quiséssemos estar na briga no Brasil, era muito importante ter o primeiro carro na frente nas duas primeiras voltas. Caso contrário, a corrida teria praticamente terminado”.
Domenicali também afirmou que a realidade lhe deu a razão. “Em vista do que aconteceu, acho que fizemos a coisa certa. Quando se trabalha para Ferrari, se sabe que a equipe é o centro das decisões, e os pilotos o respeitam. Tenho que agradecer a Felipe (Massa)”.
“(Massa) Compreendeu quando lhe expliquei a decisão, e se algum chefe de equipe disser que não tomamos a decisão correta, estará mentindo”, disse.
Domenicali admitiu que a Ferrari chegou a pensar na possibilidade de a Red Bull fazer algo parecido com seu segundo piloto, o australiano Mark Webber, para que Alonso voltasse a largar na parte suja do circuito. “Essa é a razão pela qual esperamos até o último momento para fazê-lo. É parte da estratégia, parte do jogo”.
O chefe da Ferrari reconheceu que, ao tomar essa decisão, não levou em conta que afetava também outros pilotos. “Para ser sincero, não pensei nisso. Se dissesse o contrário, ninguém acreditaria em mim, por isso digo que não”.