O site Busca Descontos, responsável pela Black Friday brasileira online, acaba de divulgar os resultados do evento de liquidações. De acordo com Pedro Eugênio, CEO da empresa, foram 541 mil pedidos realizados e R$ 217 milhões vendidos durante as 24 horas de promoções – recorde na história do e-commerce brasileiro.

Os produtos eletrônicos encabeçaram a lista dos mais comprados, seguidos de itens de informática, celulares, eletrodomésticos e games. O presidente do Busca Descontos ainda comentou que, apesar da polêmica da “maquiagem de preços”, houve 117% de crescimento nas vendas do Black Friday em relação ao ano passado.

“O consumidor está mais inteligente e pesquisou na hora de comprar. As lojas que fizeram ofertas verdadeiras conseguiram vender muito bem e as que maquiaram os preços, queimaram o filme com o consumidor “, comentou Eugênio em entrevista para o Olhar Digital.

O empresário lembrou que o Busca Descontos filtrou todas as ofertas disponíveis no site e apresentou aos consumidores cadastrados apenas as promoções verdadeiras, que não haviam sido disfarçadas.

Maquiagem de preços

Alguns varejistas participantes da Black Friday inflaram previamente os preços de seus produtos para que, no dia da promoção, os descontos parecessem maiores. A tática, criada na segunda edição do evento no país, em 2011, é usada para que a porcentagem de desconto anunciada pelos varejistas pareça maior do que realmente é, fazendo com que o consumidor fique mais propenso a efetuar a compra.

O Procon-SP enviou uma notificação para as lojas Extra, Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Walmart, Saraiva e Fast Shop na última sexta-feira, 23. As empresas deverão prestar esclarecimentos por suas participações no evento.

A fundação disse que seus canais de atendimento apontaram várias reclamações de “maquiagem de descontos”. Foram pelo menos 40 acusações até a tarde da última sexta-feira, 23.

As empresas tem até o dia 30 de novembro para responderem à notificação e se justificarem. Caso sejam autuadas, podem ser multadas em valor que varia entre R$ 450 e R$ 6,5 milhões, com base no artigo 57 do Código de Defesa do Consumidor.

O Procon também informou que a empresa Busca Descontos receberia uma notificação a respeito dos problemas que usuários tiveram ao não conseguir acesso a alguns links de ofertas e sites de lojas. No entanto, o CEO da companhia afirmou que até esta segunda-feira, 26, a fundação ainda não tinha enviado a notificação à empresa.

“Assim que recebermos vamos analisá-la para entender melhor do que se trata. Somente depois disso vamos nos procunciar. Porém, adianto que apesar do alto volume de acesso durante todo o dia, não tivemos problemas técnicos”, finalizou.