Palmeirense fanático, o jornalista Joelmir Beting morreu na madrugada desta quinta-feira, à 0h55, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele não resisitiu às complicações de um Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico sofrido no domingo, que tornou seu quadro “irreversível”. Ele estava internado desde o dia 22 de outubro por causa de problemas renais decorrentes de uma doença autoimune. 
 
O velório do paulista nascido em Tambaú em 1936 acontece a partir das 8h no Cemitério do Morumbi, na Zona Sul da capital, e será aberto ao público. O sepultamento será às 14h, desta vez em cerimônia fechada apenas para os familiares.  
 
Também jornalista, o filho de Joelmir, Mauro Beting, falou com a imprensa no hospital. “Ele estava meio como o time dele, o Palmeiras, ganhava uma e perdia oito. E infelizmente se foi, mas de uma forma bastante serena”, disse.
 
No Twitter, Mauro escrevera: “Um minuto de barulho por Joelmir Beting. 21/12/1936 – 0h55 de 29/12/2012”. Joelmir ainda deixa a esposa Lucila, com quem era casado há 44 anos, outro filho e mais quatro netos.
 
“Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense, é simplesmente impossível”. A frase é de Joemir Beting e foi usada pelo Palmeiras em nota divulgada na terça que desejava força ao jornalista.
 
No sábado, o time fará sua última partida pelo Campeonato Brasileiro, contra o Santos, e fará uma homenagem ao ex-jornalista. Todos os jogadores entrarão em campo com a frase acima na camisa. A vestimenta ainda terá o número 10 e o nome Joelmir.
 
Em nota às 9h53 desta quinta, o Palmeiras, entre outras coisas, diz: “Aos familiares e amigos do ilustre palestrino, a Sociedade Esportiva Palmeiras presta todo o apoio e solidariedade. Infelizmente, o guerreiro Joelmir Beting não conseguiu vencer essa batalha tão difícil, porém, sem dúvidas, ele estará presente eternamente na história do Verdão e do jornalismo brasileiro. Lamentamos o falecimento deste grande palmeirense e nos orgulhamos de tê-lo como torcedor.”
 
Resumo da trajetória
 
Apaixonado por futebol e pelo Palmeiras, seu time de coração, Joelmir Beting chegou à capital paulista ainda adolescente e começou a estudar sociologia. Logo, iniciou a carreira jornalística como repórter esportivo nos jornais “O Esporte” e “Diário Popular”.
 
Também trabalhou na “Rádio Panamericana”, que se tornaria, mais tarde, “Jovem Pan”. Em 1962, já formado como sociólogo, decidiu trocar o esporte pela economia. Em 1966, foi contratado pelo jornal “Folha de S. Paulo” para comandar a editoria de automóveis; dois anos depois, virou editor de economia e, em 1970, passou a ter uma coluna diária sobre o assunto.
 
O espaço ficou famoso, principalmente pela forma como Joelmir abordava o assunto, usando termos mais populares ou dando exemplos que facilitavam o entendimento. Por conta disso, chegou até a ganhar o apelido de “Chacrinha”. Nela, criou alguns bordoões, como “quem não deve, não tem” e “na prática, a teoria é outra”. 
 
Em 1991, foi para o jornal “O Estado de S.Paulo” e continuou tendo uma coluna sobre economia, a qual continuou sendo publicada diariamente e durou até o dia 30 de janeiro de 2004. Em março do mesmo ano, voltou ao “Grupo Bandeirantes”, no qual participava diariamente do “Jornal da Band” e do “Primeiro Jornal”. Também apresentou o “Canal Livre”, programa dominical de entrevistas.