A conquista do Campeonato Brasileiro de 2002 pelo Santos, que pôs fim a um jejum de 18 anos de títulos expressivos e ficou imortalizada com a imagem das “pedaladas” de Robinho, completa uma década neste sábado, mas o clube não terá o “bolo de aniversário” para comemorar.
Após algumas consultas, a diretoria que Santos demonstra incredulidade em relação ao retorno do craque. Isso porque os valores financeiros que envolvem a transação são considerados absurdos e inviáveis pelos dirigentes santistas.
Atualmente, Robinho recebe do Milan pouco mais de R$ 1 milhão de salário em uma conta bancária no Brasil, já com os impostos descontados da Europa.
“A diretoria não pode fazer uma loucura. Considero uma operação muito difícil por causa dos valores que ele recebe do Milan e também o valor pedido pelo clube. Você pega o valor e multiplica por um contrato de três anos e chega a um número absurdo. Precisamos ter os pés no chão e deixar a paixão de lado”, afirmou o vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues, que afirma jamais ter planejado a volta do craque no dia que a histórica pedalada contra o lateral Rogério completa dez anos.
“Para minha surpresa, eu li isso em vários lugares. Nunca passou isso pela nossa cabeça, nunca pensamos em data ou associamos com algum evento. Isso nunca existiu, mas continuamos respeitamos o desejo da torcida”, disse.
O Santos reconhece que não tem condições de repatriar Robinho um dia após o pai do jogador dar um “ducha de água fria” nos planos da diretoria alvinegra. Gilvan de Souza fez um apelo para a cúpula santista não iludir o torcedor e garantiu que seu filho não voltará ao Brasil em 2013.
“Não adianta ficar iludindo o torcedor, tem que falar a verdade. O Robinho não sai do Milan. O Milan já vendeu outros atacantes e não vai vender o Robinho. Já colocaram o Robinho em vários clubes, não tem nada, ele vai permanecer no Milan”, afirmou o pai do atleta.
Além de não poder bancar o salário milionário pedido por Robinho, o Milan recusou uma proposta de 5 milhões de euros (R$ 13,6 milhões) pelo atleta. A equipe italiana pede exatamente o dobro – 10 milhões de euros (R$ 27,7 milhões).
O projeto Robinho, inclusive, influenciou na saída de um dos membros do Comitê Gestor, Eduardo Vassimon, que é contrário à ideia do Santos fazer loucuras para contratar o ex-camisa 7 da Vila Belmiro.
“Temos que ter cuidado. Conversei com o Robinho na quinta-feira. Ele tem interesse de voltar para o Santos, o torcedor cobra muito a volta dele. Eles não abrem mão, querem o Robinho e nenhum outro jogador. A gente negocia com a realidade do clube. Se o Milan vai aceitar ou não, a gente não sabe”, explicou Odílio Rodrigues.