Em Dracena, um mecânico apaixonado por motonetas, motos antigas que pararam de ser fabricadas no Brasil há décadas, dedica horas à arte de recuperar e colocar nas ruas esses veículos antigos.
Elas reinaram nas décadas de 50 e 60 e estão voltando ás ruas graças ao esforço do bancário aposentado Orlando Campanini. É na oficina que ele passa dias e noites arrumando carenagens, ajustando motores e revisando carburadores.
Uma restauração dura em média três meses. Depois de pronta, uma motoneta chega a valer três vezes mais que uma moto zero quilometro. E quando não há peças no país, o jeito é importar.
“Em São Paulo, Rio Preto e Ribeirão Preto há várias motonetas. Algumas peças, como parte de câmbio, por exemplo, que é mais difícil de encontrar, é preciso encomendar da Itália”, explica o aposentado.
Na garagem, Orlando ainda tem uma Xispa, os primeiros modelos de motos que substituíram as lambretas e as vespas, da década de 80. Quando sobram peças, ele faz as próprias criações.
“Acabo improvisando porque vão sobrando algumas peças ou que o pessoal troca, ou que acho na sucata por aí, então, nas horas de folga, acabo inventando. Já coloquei o motor de uma PX200 em uma lambreta. Como eu não tinha toda a lata, peguei uma parte da outra, recortei e adaptei as duas. Acabei criando uma lembrevespa. Apelidei ela com esse nome”, brinca.
Segundo Orlando, as motonetas surgiram na Itália, no período pós-guerra. Elas foram criadas porque a população precisava de um veículo barato e acima de tudo, resistente. As motonetas consomem pouco: com um litro de combustível, dá para percorrer até 33 quilômetros, e elas atingem a velocidade de 60 quilômetros por hora.