Ele já foi eleito o melhor do mundo duas vezes, já ganhou Copa do Mundo, Liga dos Campeões e praticamente tudo o que disputou. Até super-herói de filme de animação já virou. Nesta quarta-feira, começou a busca por mais um título, este, inédito: a Taça Libertadores. E se em todos os demais jogos da competição continental Ronaldinho Gaúcho mostrar o que esbanjou em campo diante do São Paulo, na vitória por 2 a 1, os atleticanos terão bons motivos para comemorar em 2013.
No Independência, os torcedores viram R10 participar dos dois gols feitos em Rogério Ceni. No primeiro, em um lance de pura esperteza e malícia. No segundo, com a tradicional categoria, em jogada ensaiada. Mas o meia, sempre modesto, lembra de outro fator preponderante para vitória. Na verdade, mais de 18 mil motivos. A torcida atleticana. Como de costume desde a reabertura do estádio, um mar em preto e branco empurrou o time do começo ao fim e, mais uma vez, fez a diferença.
Para Ronaldinho Gaúcho, vai ser muito difícil os adversários vencerem no estádio.
– Vai ser muito difícil ganhar da gente aqui. Fico feliz. Participar diretamente dos gols é muito importante, essa é minha função na equipe.
R10 lembra que, apesar do tempo longe do estádio (o último jogo foi no começo de dezembro, no clássico contra o Cruzeiro), o elenco alvinegro se portou da forma de sempre.
– Mesmo com poucos jogos temos um ritmo forte. Bom que após um tempo sem jogar no Independência, é como se tivéssemos jogado aqui semana passada.
O otimismo de Ronaldinho Gaúcho, e da torcida, por tabela, tem amparo nos números. No Independência, dos 23 jogos disputados, nenhuma derrota. Foram 16 vitórias e sete empates, um aproveitamento de quase 80%. Mas a boa fase é anterior ao estádio do Horto. Antes, na Arena do Jacaré, foram sete jogos em 2012: seis vitórias e um empate.
Caldeirão
Desde a reabertura do Independência, em abril de 2012, o Atlético-MG manda seus jogos lá. A adoção do lugar como “casa” também tem motivos comerciais. A diretoria atleticana tem um acordo com o consórcio que administra o estádio. Com isso, o clube lucra em tudo que é feito lá, desde a receita nos bares, restaurantes, bilheterias e estacionamento, mas também em demais eventos.
Mesmo com a volta do Mineirão, reaberto em dezembro de 2012 mas com o primeiro jogo apenas em fevereiro, a diretoria atleticana ainda não firmou nenhum acordo para mandar os jogos no “Gigante da Pampulha”.