Meio a meio
Até 16 horas de ontem, a presidência do legislativo não havia fornecido a ordem do dia, relativa à primeira sessão ordinária do ano. Embora a reunião inicial se caracterize pela apresentação dos novos componentes da casa, existe a expectativa de que alguns dos eleitos já definam para o que vieram. Parcialmente renovada, a câmara de leis mescla sete estreantes com outros seis que já sentaram nas cadeiras do plenário.

Bem recomendado
Dentre os novatos, figura Moacir Shoiti Kanezawa (PV) que obteve 928 votos, no pleito de outubro passado. Como diretor de uma das secretarias da gestão do prefeito anterior, ele realizou excelente trabalho. Discreto, mas eficiente, resolveu problemas considerados tabus no setor da habitação. Se mantiver o mesmo ritmo, os moradores da periferia vão comemorar.

O sonho acabou
Após um considerável período de vacas gordas, ocasião em que os consumidores tiveram generoso acesso ao crédito, com juros baixos e longevos prazos de pagamentos, chegou a hora de colocar o pé no freio. Feitas as contas, o brasileiro chegou à indefectível conclusão de que é necessário dar um basta no consumismo e buscar formas de negociar seus débitos.

Reflexos imediatos
Com a retração dos consumidores, o comércio já sente na carne os efeitos. Um lojista analisa que o volume de vendas de janeiro é o pior dos últimos cinco anos. Em conseqüência do endividamento a longo prazo, a inadimplência cresceu de forma assustadora. Com o aumento do preço dos combustíveis e os gastos com o carnaval, existe o temor de que o faturamento seja pífio no primeiro trimestre do ano.

República das vacas
Com 56 votos de “ínclitos” companheiros, Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado, sucedendo José Sarney, outro peemedebista de passado e presente pouco recomendáveis. Num episódio kafkiano e próprio do país, Calheiros retoma o cargo a que renunciou na década passada, para não ser cassado. À época, ela era acusado de ter a manutenção de um filho, fruto de relacionamento extra-conjugal com uma jornalista, bancado por um lobista. Para se defender, declarou que havia vendido gado para sustentar os filhos. Provou-se que as notas da transação eram frias.

Desgraça em dobro
Amanhã, às 22 horas, finda o prazo para o registro de candidaturas à presidência da câmara federal. Até ontem, 4 deputados garantiam concorrer, na eleição de segunda: Henrique Alves (PMDB/RN), Chico Alencar (Psol/RJ), Júlio Delgado (PSDB/MG) e Rose de Freitas (PMDB)ES). Henrique Alves, o favorito, rivaliza com Renan, em matéria de pilantragem.

Deu no que deu
Até os anos 1980, as ferrovias dominavam o transporte de cargas e de passageiros, na maior parte do território nacional. Os grandes monopólios surgidos sepultaram as estradas de ferro e lotaram as limitadas rodovias do país, nos últimos 30 anos. Agora, por exemplo, os fretes corroem a receita recorde da safra de grãos. O valor cobrado para levar a soja de Sorriso (MT) para o porto de Paranaguá (PR) – numa distância de 1,6 quilômetros – é de R$ 260, contra R$ 195 de março do ano passado.

Presentes de verão
Durante a semana, foi sacramentado o reajuste do preço da gasolina e do óleo diesel. O aumento do litro do álcool é questão de dias. E, com inveja, as operadoras de telefonia também já se movimentam, para majorar tarifas. Com as bênçãos da Anatel.