Em pleno fevereiro, os servidores da Prefeitura de Pirapozinho ainda aguardam o pagamento do salário de dezembro. A situação, porém, deve se resolver na próxima quarta-feira (13), quando o empenho de R$ 460 mil deve cair na conta de 765 funcionários. Entretanto, a situação não está totalmente resolvida.

Isso porque, outras 224 pessoas ainda ficarão sem o pagamento. “Optamos por pagar os salários atrasados dos funcionários que recebem até R$ 1 mil. O restante, vamos acertando de acordo com as condições, vamos ver se dividimos em duas ou três vezes. Mas já quitamos R$ 640 mil referentes a empréstimos e plano de saúde de todos”, afirma o prefeito Orlando Padovan (PMDB).

A decisão de pagar parte da folha foi tomada em acordo com o sindicato da categoria. “Fizemos várias reuniões com o Executivo. Aceitamos este pagamento porque é a grande maioria dos servidores, os que mais sofrem com o atraso. Mas vamos continuar cobrando, porque o município é responsável. Porque o outro prefeito saiu, nós vamos ficar sem receber? Nós somos funcionários da Prefeitura, não do prefeito”, ressalta a presidente Sidmara Villa.

Ela menciona, neste caso, o ex-prefeito Marcos Brambilla, que passou o cargo sem quitar o último salário do ano, e a quem Padovan culpa a má situação financeira da Prefeitura.

“Tivemos que parcelar a dívida do INPS [Instituto Nacional de Previdência Social], conta de água, Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], além disso, tenho que pagar os fornecedores, manter a frota, o transporte de pacientes, resolver problemas quanto ao lixão e ao cemitério. Todos problemas deixados pela administração passada”, elenca.

Paralelo a isso, os servidores esperam. “Os funcionários estão desmotivados, não conseguem se organizar. Fica difícil até para trabalhar”, diz a sindicalista. Mas Padovan é enfático: “Não posso parar o município por causa de funcionário”.

Questionado pela reportagem se pagar parte dos funcionários e deixar outros esperando é legal, Padovan disse não saber informar. Porém, o iFronteira consultou um especialista em gestão pública, que afirmou que a atitude tomada pela Prefeitura desrespeita a lei. “Ele não pode pagar alguns em detrimento de outros. Mas o fato de haver um acordo com o sindicato ameniza a situação”, afirma.

A reportagem conversou com o ex-prefeito Marcos Brambilla (PSDB). De acordo com ele, o salário referente a dezembro de 2012 poderia ser pago até o dia 5 de janeiro. “Presei pelos servidores e dei preferência ao pagamento do 13º e 14º salário, que tinham que ser pagos antes”, diz.

Sobre as dívidas da Prefeitura, ele afirma que não é exclusividade de sua gestão. “Quando eu assumi, em 2009, as contas também estavam atrasadas e quem me antecedeu foi o próprio Padovan. O que está sendo devido foi herdade dele”, conclui.