Estudo realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, aponta que motoristas idosos têm tempo de reação até a frenagem 39,6% maior em relação a adultos jovens. O teste, realizado num simulador, mostrou que a média do tempo de reação a partir da placa “Pare” até a frenagem foi de 1,34 segundo para os idosos, enquanto para o grupo controle de adultos jovens esse tempo foi de 0,96 segundo. A diferença do tempo gasto entre idosos e o grupo controle de adultos jovens para realizar o percurso foi de 7%.

Segundo a fisioterapeuta Angélica Castilho, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC, esta não foi uma diferença de tempo muito significativa. “Com o passar dos anos, as pessoas tendem a ficar mais cuidadosas e a dirigirem de forma mais devagar”, explica.

“Com esta demora na reação diante de uma situação que exija uma frenagem mais rápida, é recomendado que o idoso dirija em condições mais propícias”, diz a médica Júlia Greve, orientadora da pesquisa.

A idade dos motoristas avaliados foi de 74,3 anos para homens e 69,4 para mulheres. Eles dirigem em média há 48,5 anos, e elas há 40,6 anos. Apesar do tempo de reação maior, 97% dos participantes do estudo não se envolveram em acidentes nos últimos 5 anos, nem foram multados no último ano.

Os carros das mulheres têm em torno de 5,7 anos, e o dos homens 10,7 anos. Todos os avaliados dirigem seus veículos em dias de chuva, vias congestionadas, e no horário do rush. A maior parte dos motoristas pesquisados – 73% mulheres e 87% homens – dirige a noite.

Trocar de faixa, fazer baliza, rampas, e leitura de placas são manobras que representam certo grau de dificuldade para 33% das mulheres, e para 26,65% dos homens. A distância não é um problema para maioria dos condutores – 100% dos homens e 87% das mulheres – dirige em qualquer lugar.

Todos os entrevistados durante a pesquisa se consideraram cuidadosos no trânsito. Das mulheres, 27% já pensaram em parar de dirigir, e dos homens, apenas 13%. “Recomendação médica, pedido familiar, facilidade de usar outro meio de transporte, ou a auto-percepção de incapacidade são os motivos que levariam o grupo pesquisado a parar de dirigir’, finaliza Angélica.