á são pelo menos 13 os mortos em decorrência da chuva em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, confirmou ao G1 o Major Gil Kempers, da Central Estadual de Administração de Desastres do Rio de Janeiro (Cestad), por volta das 12h30 desta segunda-feira (18).
A contabilidade anterior, divulgada às 10h pelo secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, dava conta de 10 mortos.
Dois técnicos da Defesa Civil estão entre as vítimas. Eles trabalhavam no resgate de desaparecidos na Vila São Joaquim, próximo à Rua Espirito Santo, no bairro Quitandinha, e acabaram soterrados. Por volta das 10h10, os agentes tinham encontrado o corpo da sexta vítima morta neste local.
Durante o temporal, os rios Quitandinha e Piabanha transbordaram, deixando ruas alagadas nos bairros Quitandinha, Alto Independência, Morin e Alto da Serra. Segundo a Defesa Civil, pelo menos 50 pessoas estão desalojados em três bairros e um sub-bairro de Petrópolis.
Simões disse que o cenário é “crítico” e alertou os moradores para que sigam as orientações da Defesa Civil e fiquem alertas aos sinais sonoros. “A continuidade das chuvas agrava muito os riscos de escorregamentos. Temos na Região Serrana muitas áreas vulneráveis e, portanto, essa é a nossa preocupação”.
“O Governo do estado mobilizou toda a sua estrutura, especificamente a do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) com máquinas e caminhões para que a gente possa desobstruir vias obstruídas por carregamento de terra”, afirmou Sérgio Simões.
Ele informou que em Petrópolis choveu mais de 300 milímetros em 24 horas. O volume de chuva esperado em um mês no município é 270 milímetros.
“O prefeito [de Petrópolis, Rubens Bomtempo] já fez um apelo para que as pessoas permaneçam em suas casas, decretou feriado escolar e a preocupação passa a ser o acumulado de chuvas, a possibilidade de novos deslizamentos de terra”, afirmou o secretário.
Ao lado de um dos principais pontos turísticos da cidade de Petrópolis, o Hotel Quitandinha, a rua foi completamente interditada porque um grande muro deslizou e causou estragos. Uma pousada, no alto do morro, ficou sob risco, em cima do penhasco.
No início da noite de domingo, o Centro Histórico e parte da Rua Coronel Veiga ficaram totalmente tomadas pelas águas do Rio Quitandinha. Na Praça da Liberdade e próximo à Praça Dom Pedro também foram registrados pontos de alagamentos.
Em janeiro de 2011, as chuvas fortes que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro a partir da noite do dia 11 provocaram deslizamentos de morros e enxurradas com velocidade de até 180 km/h, de acordo com especialistas. Estradas e pontes foram destruídas, e bairros inteiros ficaram isolados.
Mais de 900 pessoas morreram, e cerca de 400 mil moradores ficaram desabrigados. Nova Friburgo teve mais de 420 vítimas, e Teresópolis registrou mais de 380 mortos. Em Petrópolis, mais de 70 corpos foram encontrados.
Vistorias reagendadas
O Detran informou que as vistorias veiculares marcadas para esta segunda em Petrópolis terão até dez dias para serem realizadas, sem necessidade de novo agendamento. Segundo o órgão, o temporal que atingiu a cidade impediu o funcionamento do posto por causa da queda de uma barreira no início da manhã.
Xerém tem casas alagadas
A Prefeitura de Duque de Caxias informou, por volta das 10h15, que cerca de 30 pessoas estavam desalojadas por causa das chuvas que caíram no município na noite de domingo e na madrugada desta segunda, causando transtornos e alagamentos no distrito de Xerém, na Baixada Fluminense, e no bairro Santa Cruz da Serra, no 3º distrito.
As ruas de Xerém ficaram alagadas. Na chegada ao distrito, era possível ver muitas casas ilhadas, conforme mostrou o “Bom Dia Rio”. A área rural de Xerém foi a mais atingida pelas chuvasa. O Rio Saracuruna, no centro de Duque de Caxias, que transbordou em janeiro, estava cheio novamente às 7h. O Rio Capivari também estava com o nível de água alto.
As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro em janeiro de 2013 deixaram 2 mil desalojados e 450 desabrigados em todo o estado. No distrito de Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, um homem morreu, mil pessoas ficaram desalojadas e 276 desabrigadas.
O cantor Zeca Pagodinho, morador de Xerém, percorreu as ruas do município de Duque de Caxias para ajudar as vítimas da chuva na enchente de janeiro. Ele distribuiu cestas básicas e chegou a a abrigar uma família na residência onde vive.
Angra dos Reis
A forte chuva que atingiu Angra dos Reis na tarde de domingo causou transtornos na cidade. Segundo a Defesa Civil, duas pontes cederam nos bairros Banqueta e Areal, impossibilitando o tráfego de pessoas e veículos. A Superintendência de Trânsito informou que estuda uma forma de viabilizar uma passagem aos pedestres.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, com o grande volume de água, ruas dos bairros Parque Mambucaba, Perequê, Japuíba e Pontal ficaram alagadas. Os locais mais afetados foram a rua Mangaratiba, Rio Bonito e Travessa 21 de Abril. Além do alagamento, houve queda de árvores.
A previsão do tempo para hoje é de chuva forte no litoral, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Aeroporto fechado
Na capital, quedas de árvores bloqueavam ruas e avenidas deixando o tráfego total ou parcialmente interrompido. O Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, fechou para pousos por volta de 7h05 por causa da chuva que atingia o terminal.
Problemas nas estradas
A Rodovia Washington Luís (BR-040), que liga a capital fluminense à cidade mineira de Juiz de Fora, apresentava sete pontos de interdições na manhã desta segunda-feira, por volta das 8h, devido a quedas de barreiras.
De acordo com a concessionária responsável, o tráfego foi colocado em meia pista nos km 75, 81 e 83 para os motoristas que seguiam no sentido Rio e nos km 83, 92, 96 e 100 em direção a Juiz de Fora. No km 75, quem seguia em direção ao Rio chegou a enfrentar congestionamento, visto que o tráfego ficou totalmente interrompido durante a madrugada.