Após julgamento na tarde de quinta-feira (7), a Conmebol comunicou que a punição ao Corinthians de jogar com portões fechados na Copa Libertadores da América foi revogada. Com isso, o time alvinegro poderá ter torcida já no próximo jogo, na quarta-feira, contra o mexicano Tijuana, no Pacaembu. Em contrapartida, a torcida do clube não poderá comparecer a jogos fora de casa pelos próximos 18 meses.
Além de não receber carga de ingressos como visitante no próximo ano e meio, o Corinthians terá de pagar uma multa de US$ 200 mil (R$ 394 mil) à confederação, enquanto a punição ao San José, mandante do jogo, terá que desembolsar uma quantia bem menor: US$ 10 mil (ou R$ 19 mil).
A decisão, que deveria ter saído na quarta, foi adiada pelo Comitê Disciplinar da entidade sul-americana. O órgão foi formado pelo uruguaio Adrián Leiza, o colombiano Orlando Morales e o chileno Carlos Tapia. O presidente, Caio Cesar Vieira Rocha, por ser brasileiro, não participou do julgamento.
Na quarta passada, diante do Millonarios, da Colômbia, o Corinthians jogou com portões fechados – apenas quatro torcedores, com uma liminar judicial, entraram no estádio. Já na última quarta, em Tijuana, torcedores alvinegros entraram no estádio Caliente infiltrados na torcida mandante. Membros de uma facção organizada chegaram a estender uma faixa, mas a peça foi retirada pela polícia local.
A punição que imperava era uma medida cautelar da Conmebol, dada no dia 21 de fevereiro. O Corinthians havia entrado com um recurso para tentar anular a punição duas vezes e não obteve sucesso. O clube achou injusto ser o culpado pela morte do torcedor boliviano Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, no duelo entre San José e Timão, em Oruro, na Bolívia, pela primeira rodada da Libertadores. O jovem morreu ao ser atingir por um sinalizador naval atirado por um torcedor corintiano.
Desde o dia do jogo, 12 corintianos estão presos em Oruro, indiciados como responsáveis ou cúmplices do homicídio. Em São Paulo, o menor H.A.M., 17 anos, apresentou-se à Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos, assumindo ser o autor do disparo que matou Kevin. A polícia boliviana, no entanto, ainda duvida das versões apresentadas pelo menor e pelos 12 indiciados e não define quando eles serão liberados para voltarem ao Brasil.