Nego Mortágua foi um dos grandes atacantes revelados pelo Dracenão, nos anos 1970. Ele, Bombeiro, Edson Lorenzetti e João Luiz compuseram um meio-campo que qualquer grande time da atualidade gostaria de ter. Principalmente, no momento em que os treinadores privilegiam os brucutus e apostam todas suas fichas na marcação. Altamente técnico, também era exímio cobrador de faltas e fazia muitos gols.

 

* Apesar daquelas virtudes, Mortágua recusou vários convites de clubes profissionais e, já com uma visível barriguinha, preferiu ingressar nos seniores do Sabatista. Num determinado treino, atuou com Décio Rother e Pezinho, nas extremas. De posse da bola, avançou e gritou: – Vai que é sua, Pezinho! O quadro adversário foi todo em cima do ponta-esquerda e a bola foi passada para Décio Rother que não se mexeu. Surpreso, Mortágua perguntou por que ele não se movimentou. E o intitulado Mula Mecânica justificou: – Você gritou que era para o Pezinho.

 

* Num determinado período, o saudoso Joaquim Pedro Campello de Souza, juiz de direito da comarca de Tupi Paulista, atuou no Sabatista. Em certo treino, Décio Rother chegou para ele e solicitou: – Cuca (como era apelidado o magistrado), no dia do meu aniversário posso xingá-lo? Intrigado com o pedido, Joaquim quis saber o motivo. E Décio: – é que, até hoje, nunca mandei um juiz para a p.q. p…

 

* O inesquecível Belmar Ramos (Bananeira) foi uma das glórias do futebol tupiense. Fora o Tupi Esporte Clube, defendeu a seleção de Mato Grosso do Sul e o Noroeste de Bauru. Além de dono de uma gráfica, fazia circular o semanário “Imparcial”. Polivalente, comentava jogos de vôlei pela rádio Difusora local. Numa determinada noite, o narrador da emissora anunciou que Tupi tinha assinalado o dôzimo (sic) ponto, para desespero do Bananeira. O solerte repórter de quadra interveio na hora e corrigiu: – não é o dôzimo ponto, é o trêsimo.  

 

* Na década de 60, a cafeicultura era a principal fonte de riqueza da Alta e da Nova Alta Paulista. Em 1965, o setor de esportes da prefeitura de Tupi promoveu um mega campeonato de futsal e buscou prêmios junto a empresas. Palma, gerente de uma cafeeira, ofertou valioso troféu de quase 2 metros de altura. Na festa de encerramento, como sempre, os organizadores chamaram políticos para a entrega. Ao ver um vereador, segurando seu rico troféu, Palma não se conteve: – Já que não sou eu que entrega, ninguém bota a mão. E deu um pontapé na taça que voou longe.

 

* Cara-Feia era um ponta esquerda rápido e driblador que atuou pelo Tupi e pelo Dracenão. Para reforçar o orçamento, tocava num conjunto que se apresentava na zona boêmia dracenense. Num domingo, o time tupiense foi jogar em Paraguaçu Paulista e o atleta saiu direto do trabalho e montou na Kombi da delegação. Antes do jogo, o apitador determinou um minuto de silêncio. Iniciado o confronto, Cara-Feia continuou de braços cruzados e inerte. Havia dormido, por ocasião da homenagem póstuma.  

 

* O município de Ouro Verde sempre gostou do futebol. Nos anos 1960, as partidas eram realizadas num campo que não possuía muro nem mesmo a tradicional cerca de balaústres. Em meio a um confronto entre a formação da casa e um time de Tupi, um gozador espantou meia dúzia de vacas que invadiram o gramado, para desespero dos atletas. O espetáculo ficou interrompido por mais de 20 minutos.

 

* Em partida realizada no Centro Olímpico, válida pelo campeonato da 2ª divisão da FPF, um lance insólito: o time adversário do Dracenão ia fazer o gol, quando um gandula entrou e salvou de cabeça. Ele foi expulso, mas o Fantasma acabou vencendo.